SÃO PAULO (Reuters) - Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em maio recuaram 5,6% sobre o mesmo período do ano passado, para 176.491 unidades, informou a associação de concessionários Fenabrave, nesta sexta-feira.
Na comparação com abril, porém, os emplacamentos no mês passado subiram 9,8%, avançando 9,3% nos cinco primeiros meses do ano, para 808,8 mil unidades.
Apesar do avanço no acumulado, a entidade citou que a média diária de vendas vem mostrando recuo, em meio às dificuldades com financiamento e renda disponível dos consumidores.
Segundo a Fenabrave, a média diária de vendas de automóveis e comerciais leves superou 8.420 unidades em abril e em maio recuou para 7.560 unidades.
“Com esse resultado, o mês de maio, excluindo o do ano de 2020, quando vivíamos o auge da pandemia e muitas concessionárias estavam apenas com suas oficinas abertas, se tornou o pior desde 2016, para esses segmentos", disse o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior, em comunicado à imprensa.
Além da relativa lentidão de vendas no mês passado, a Fenabrave espera impactos em junho do anúncio do governo federal sobre incentivos ao setor, uma vez que a entidade tem visto relatos de cancelamentos de compras de consumidores que estão à espera da redução de impostos sobre o preço dos carro.
O governo anunciou na semana passada redução de IPI e PIS/Cofins para carros com valor de até 120 mil reais, em uma negociação com a indústria automotiva que afirmou que poderá gerar reduções de entre 1,5% e 10,96% no preços dos veículos.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já validou a fonte de financiamento proposta pela equipe econômica para a redução dos preços dos veículos. Segundo Haddad, o benefício terá prazo de quatro meses e o impacto para as contas públicas não chegará a 2 bilhões de reais.
Andreta Júnior afirmou que tem recebido ligações de concessionários que citam paralisação nas vendas, uma vez que o consumidor estar em “compasso de espera” para a entrada em vigor das medidas de redução dos preços. "Precisamos, urgentemente, que as medidas do governo sejam implantadas."
Em maio, a maior queda na comparação anual ocorreu no segmento de caminhões, que recuou 23,45%, para 7.893 veículos, ampliando a queda no acumulado do ano para 8,2%. Isoladamente, as vendas de carros caíram 8,6% no período, para 127.482 unidades, segundo os dados da Fenabrave.
(Por Alberto Alerigi Jr.)