Por Victoria Waldersee
LISBOA (Reuters) - Dezesseis voos que partiriam ou chegariam no aeroporto de Lisboa foram cancelados neste fim de semana como resultado de uma greve de três dias de funcionários aeroportuários, e a expectativa é de mais atrasos e cancelamentos antes de o movimento se encerrar na noite deste domingo.
Um porta-voz para o sindicato nacional dos trabalhadores da aviação civil (Sintac), que promoveu a greve, disse a uma agência de notícias local que 90% dos trabalhadores participaram da ação em Lisboa no domingo, dia mais movimentado para o aeroporto.
Voos da EasyJet e da Brussels Airlines de Paris, Bélgica, Londres, Bristol e Manchester foram cancelados no sábado e no domingo. Nenhuma das empresas respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito pela Reuters.
Um porta-voz do aeroporto não confirmou quantos voos foram cancelados, mas disse que dados seriam divulgados no final do dia.
Negociações entre Sintac e a Portway, do Vinci Group, que emprega trabalhadores em aeroportos de Lisboa, Faro, Porto e Funchal, foram interrompidas em dezembro quando a empresa disse que não descongelaria os salários.
Quando o congelamento entrou em vigor, em 2016, a empresa tinha se comprometido a suspendê-lo até novembro de 2019.
O Sintac disse que a decisão da companhia foi uma punição pelo fato de o sindicato ter rejeitado a revisão do contrato de trabalho proposta pela Portway em agosto.
"Por três anos os trabalhadores têm tido sua progressão na carreira e salários congelados em prol da saúde financeira da companhia", afirmou o sindicato na sexta-feira.
A Portway rejeitou as alegações, informou a Lusa na sexta-feira, dizendo que a empresa "cumpre rigorosamente a regulação, inclusive em relação à legislação trabalhista". A empresa não pode ser contactada neste domingo.