SÃO PAULO (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que vê oportunidades enormes para o Brasil se integrar mais às cadeias de oferta globais, mas afirmou que é vital que o Brasil crie as condições para que o setor privado invista e cresça.
Yellen elogiou o que ela chamou de reforma tributária "verdadeiramente histórica" do Brasil, dizendo que isso facilitará que empresas norte-americanas e outras busquem fazer negócios no Brasil.
Elogiando os 200 anos de relações diplomáticas formais entre os EUA e o Brasil, Yellen disse que os laços econômicos bilaterais são sustentados por valores compartilhados e pela força atual de cada uma das duas economias.
Yellen tem sido uma grande defensora da redução da dependência dos EUA das cadeias de oferta chinesas por meio de um trabalho mais próximo com os aliados dos EUA - e o Brasil é um componente fundamental para esse movimento.
Ela disse que os EUA serão um parceiro forte para o Brasil, mas afirmou que este ainda precisa lidar com as tarifas externas altas e com a adoção dos códigos e padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Fazer isso, disse ela, tornaria o Brasil "ainda mais atraente para os investidores estrangeiros, criando oportunidades adicionais para ambas as nossas economias".
Yellen disse que o Brasil também está particularmente bem posicionado para se beneficiar da transição global para a neutralidade de carbono, devido a uma rede de energia já amplamente baseada em energia renovável, o que seria um ativo importante à medida que as economias de todo o mundo internalizam cada vez mais o custo do carbono na produção.
Ela disse que há "oportunidades significativas" para as empresas dos EUA e de outros setores privados na economia verde do Brasil, incluindo a transição para a energia limpa e o investimento em alimentos à base de plantas e indústrias de cosméticos.
(Reportagem de Andrea Shalal)