BRASÍLIA (Reuters) - A diretora de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária acredita que o pico da inflação acumulada em 12 meses no Brasil tenha ocorrido no mês de novembro.
“No processo de desinflação, há alguns meses, acreditamos que outubro seria o pico na inflação de 12 meses, estávamos errados. Agora acreditamos que pode ter sido novembro”, disse, em apresentação feita em inglês.
Em videoconferência promovida pelo banco UBS, Guardado afirmou que, além do processo efetivo de desinflação, o BC quer ver expectativas sobre os índices de inflação nos próximos anos ancoradas.
Na apresentação, ela afirmou acreditar que o processo de queda da inflação será visto em 2022, ressaltando que as projeções da autoridade monetária apontam para uma convergência ao centro da meta em 2023.
Guardado disse que os modelos matemáticos do BC não indicam uma inércia maior da inflação ao longo da pandemia do coronavírus. Ela ponderou que estamos vivendo em tempos voláteis, com incertezas em níveis elevados.
“Nós olhamos o longo prazo e tentamos agir de acordo com nossas metas e nossos modelos, acho que faz parte o mercado criticar e pensar sobre cenários alternativos, mas estamos confiantes que adotamos a rota correta”, afirmou.
A diretora disse que países emergentes estão promovendo ciclos de aperto monetário e destacou que o Brasil está em um movimento mais agressivo.
De acordo com Guardado, os preços de serviços estão subindo, mas ainda em patamares mais baixos do que outros itens. Ela também afirmou que há maior pressão vinda de bens industriais e preços de energia.
(Por Bernardo Caram)