Bruxelas, 15 dez (EFE).- A agência de qualificação de riscos Fitch decidiu nesta quinta-feira diminuir a nota de crédito de cinco grandes bancos europeus, os franceses Banque Fédérative du Crédit Mutuel (BFCM) e Crédit Agricole, o dinamarquês Danske Bank, o holandês Rabobank Group e o finlandês Pohjola Group.
As reduções da qualificação acontecem nos indicadores de emissão de dívida (IDR, na sigla em inglês) e de viabilidade (VR) destes cinco bancos comerciais ou entidades cooperativas, segundo explicou Fitch em comunicado.
A decisão reflete os fatores que afetam os bancos, assim como o "maior fenômeno contra toda a indústria bancária em sua totalidade", destacou a agência de qualificação.
A exposição às dificuldades da zona do euro e dos Estados-membros onde os bancos estão estabelecidos "foi uma consideração direta" para a redução da qualificação do Danske Bank e do Crédit Agricole.
No entanto, a crise da eurozona "também está tendo consequências indiretas" para outros bancos, segundo Fitch.
A agência afirma que os mercados de capital, e especialmente o interbancário, não estão funcionando de forma efetiva, o que unido a fatores globais "está conduzindo a um arrefecimento econômico".
Para Fitch, as entidades de maior qualificação, como é o caso destes cinco bancos, "devem ter mais capacidade para absorver níveis inesperados de tensão financeira e operacional".
A agência prevê que a atual crise financeira "continue por um tempo" na União Europeia, mas acrescenta que na hora de analisar o estado das entidades não levou em conta uma eventual ruptura da zona do euro, algo que teria "um efeito material negativo nas qualificações".
De acordo com Fitch, a cúpula de líderes europeus da semana passada "fez pouco para suavizar a pressão, e reforçou as complexidades inerentes da resolução da crise".
Isto aumenta o ceticismo dos mercados sobre a capacidade dos políticos para iniciar soluções duradouras, e incentiva a volatilidade dos mercados, segundo a instituição.
A agência acrescentou que os cinco grandes bancos "continuam melhorando suas posições de capital e de liquidez", algo que foi positivo para suas qualificações de crédito e que evitou uma maior baixa do indicador de viabilidade.
Entretanto, a evolução geral da economia global e a "notável variação" da confiança dos mercados para o setor bancário pesaram mais que os pontos positivos, e foram os principais motivos para a redução de qualificação destas cinco entidades. EFE