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AIE diz que forte alta do petróleo pode comprometer recuperação econômica

Publicado 29.06.2009, 09:30
TTEF
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Paris, 29 jun (EFE).- A Agência Internacional da Energia (AIE) advertiu hoje que uma alta pronunciada demais dos preços do petróleo poderia comprometer a recuperação da economia mundial e constatou que a especulação influi no aumento dos mesmos.

A advertência foi lançada pelo diretor-executivo da AIE, Nobuo Tanaka, e pelo responsável na organização do relatório sobre o mercado petroleiro a médio prazo, David Fyfe, na apresentação deste estudo anual.

"É preciso ser muito cuidadosos com os preços", disse Fyfe, ao comentar a ascensão que ocorreu nos últimos meses, e alertar do "impacto potencialmente negativo sobre o crescimento" econômico.

O resumo do relatório, que faz estimativas sobre a evolução do mercado até o horizonte de 2014, indica claramente que "só os fundamentais não podem explicar a alta (do barril de petróleo) após fevereiro".

Em seguida, enfatiza que "uma alta pronunciada demais agora poderia fazer descarrilar a recuperação econômica".

Os autores deste relatório revisaram substancialmente para baixo suas expectativas sobre a demanda mundial de petróleo até 2014 devido ao efeito da crise atual, que reduzirá este ano o consumo a 83,21 milhões de barris diários, frente aos 85,76 milhões de 2008.

De 2010 e até 2014, e dado o elevado grau de incerteza, a AIE elaborou dois cenários, um com um crescimento econômico mundial de 5% anual e outro de 3%.

Com o primeiro, a demanda se recuperaria e chegaria a 88,99 milhões de barris diários em 2014, o que voltaria a colocar o mercado em tensão, ao se reduzir a capacidades de produção excedente a 3,8% do total, um nível já próximo ao mínimo de 3,1% que tinha sido registrado em 2008.

No segundo cenário, a demanda em 2014 seria inferior à do ano passado, com 84,92 milhões de barris diários, e a margem de excedente seria de 8,2%, a mais elevada em muitos anos.

A AIE, que não faz previsões sobre os preços, utiliza como hipótese de trabalho os dados do mercado de futuros como estavam no final de abril, o que significa que, em termos reais, o barril de petróleo, que esteve a uma média de US$ 100,1, chegará em 2009 a US$ 48,5 e depois começará a subir progressivamente até US$ 61,2 em 2014. EFE

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