Atenas, 29 ago (EFE).- Os três partidos que apoiam o governo grego não foram capazes de concordar em como economizar os 11,6 bilhões de euros reivindicados pela União Europeia (UE) e que teriam que sair, em parte, de novos cortes de pensões e salários.
"A elaboração das medidas dos 11,6 bilhões não terminou. Nos opomos à nova redução das pensões e dos salários e à redução drástica do financiamento dos municípios porque não poderão funcionar", assegurou Fotis Kouvelis, líder da formação de centro-esquerda Dimar.
Kouvelis fez estas declarações na saída de um encontro com o primeiro-ministro conservador, Antonis Samaras, e o dirigente social-democrata Evangelos Venizelos, no qual deveria ter sido fechado o novo rodízio de cortes.
Kouvelis anunciou que terá que haver uma nova reunião para tentar aproximar posturas.
Venizelos também explicou que não acabou o debate sobre as medidas, mas reconheceu que "seguramente haverá cortes", embora tenha insisto que é preciso oferecer ao povo "uma perspectiva de futuro".
Nesse sentido, defendeu que se ponha um limite aos cortes que sofrem as camadas sociais com menos receita, mas também a classe média, à qual definiu como "a espinha dorsal" da sociedade grega.
Venizelos assegurou que as medidas de economia serão percebidas dentro da estratégia para manter o país na eurozona e tirá-lo da recessão.
Mais otimista sobre a possibilidade de consenso se mostrou o ministro das Finanças, Yanis Sturnaras, que ao terminar o encontro assegurou que já há acordo, mas que "há algumas objeções secundárias dos partidos" que terão que ser debatidas.
"O problema mais espinhoso é a redução dos salários de militares, policiais, professores de universidade, juízes, médicos de hospitais e clérigos", explicou o ministro, descartando recortar as pensões mínimas dos agricultores.
O objetivo do primeiro-ministro é ter atado o pacote de medidas antes que cheguem a Atenas no início de setembro os inspetores do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional que estabelecerão se a Grécia cumpriu os compromissos de economia exigidos em troca de ajuda financeira. EFE