Copenhague, 10 dez (EFE).- Delegados de cinco países da Aliança
Bolivariana para as Américas (Alba) defenderam hoje, na Cúpula das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague, a
vigência do Protocolo de Kioto e pediram o pagamento da "dívida
histórica" aos países em desenvolvimento.
Os Estados da Alba estão "completamente comprometidos" em
conseguir um resultado ambicioso seguindo o caminho estabelecido na
conferência de Bali, em 2007, e as duas vias de negociação, o
Protocolo de Kioto e a da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança
Climática (UNFCCC), e não processos paralelos.
"É preciso assegurar que as negociações sejam transparentes e que
o processo seja conduzido até o final por todos os países e não de
fora. Enquanto for aberto e transparente, haverá um resultado
positivo", disse Claudia Salerno, do Ministério do Meio Ambiente da
Venezuela.
Claudia pediu "legalidade no processo" e vontade por parte de
todos os países e disse que "papéis de fora", em referência à minuta
de acordo da Presidência dinamarquesa que vazou há dois dias, não
significam nem valem nada.
Os representantes de Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e
Nicarágua - cinco dos nove países que formam a Alba - pediram o
reconhecimento de seus "direitos reais" e que a mudança climática
seja enfrentada a partir de uma perspectiva mais ampla, que analise
não só seus efeitos, mas também suas causas. Por isso, reivindicaram
uma revisão do modelo de desenvolvimento econômico.
O delegado cubano, Pedro Luis Pedroso, negou que a China tenha
contribuído para bloquear as negociações na capital dinamarquesa e
lembrou que seu compromisso voluntário de reduzir emissões de gases
estufa, tornado público antes da cúpula, significa, ao contrário,
uma tentativa de fazer o processo avançar.
"Se alguém está obstruindo o processo não é a China nem os países
em desenvolvimento", afirmou Pedroso. EFE