Genebra, 9 jul (EFE).- A Alta comissária da ONU para os Direitos
Humanos, Navi Pillay, comemorou hoje o compromisso de Cuba de
libertar 52 presos políticos e a decisão de Guillermo Fariñas,
dissidente cubano preso desde 2003, de abandonar sua greve de fome
de 134 dias.
"São passos muito importantes em direção ao respeito aos direitos
humanos", disse Rupert Colville, porta-voz de Pillay.
A Alta comissária da ONU fez contato há vários meses com as
autoridades cubanas com relação aos casos dos opositores em greve de
fome e favoreceu a via do "diálogo" na busca de uma solução.
Seu porta-voz assegurou nesta sexta-feira desconhecer se a
libertação de cinco destes presos é iminente, como informou Havana,
e não esclareceu se todos irão à Espanha após sua libertação.
Por sua vez, Colville está satisfeito com o fim provisório da
greve de fome de Fariñas, quem decidiu adiar seu protesto durante o
prazo dado pelo regime cubano - três ou quatro meses - para libertar
aos presos.
Estes 52 presos políticos são os que ficavam na prisão do "grupo
dos 75", como se conhece aos dissidentes cubanos que foram
condenados durante a onda repressiva da "Primavera Negra" de 2003.
As ações de libertação foram fruto do processo de diálogo da
Igreja Católica da ilha com o Governo de Raúl Castro, iniciado em
maio.
As gestões da hierarquia católica da ilha contaram com o apoio e
"acompanhamento" do Governo espanhol, cujo ministro de Exteriores,
Miguel Ángel Moratinos, encerrou ontem uma visita a Cuba com o
anúncio destas libertações.
O chanceler espanhol anunciou na quarta-feira que os 52 presos
poderão viajar à Espanha "se assim o desejarem", acompanhados de
suas famílias. EFE