Berlim, 11 ago (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel,
reafirmou hoje seu apoio a fabricante austríaca-canadense Magna na
oferta pela aquisição da marca alemã Opel.
"Minha clara preferência é pela Magna", disse hoje Merkel em uma
entrevista à rede de televisão privada RTL, após retornar das
férias.
A chanceler ressaltou, no entanto, que a "Opel não nos pertence"
e que a decisão é "sobretudo" empresarial.
Merkel afirmou que todas as partes implicadas estão em "contato
permanente" e acrescentou que, se é necessário, ela mesmo se
envolveria no tema.
O diretor da investidora belga RHJI, Leonhard Fischer, se queixou
da forte pressão que está exercendo o Governo alemão sobre a gigante
automobilística americana General Motors (GM).
Em declarações ao jornal alemão "Handelsblatt", Fischer lamentou
que se mostrem "preferências" que, segundo ele, dificultam ainda
mais as já complexas negociações.
A pressão alemã sobre a GM e sobre o governo dos Estados Unidos,
proprietário majoritário da companhia automobilística, aumentou nas
últimas semanas.
Alguns líderes de estados federados que possuem fábricas da Opel
chegaram a ameaçar retirar suas ofertas para salvar a companhia se a
GM opta pela RHJI.
O Estado e os governantes locais ofereceram avais no valor de 4,5
bilhões de euros ($6,357 bilhões), e um crédito imediato de até 1,5
bilhão de euros (2,119 bilhões de dólares) para manter viva a Opel
até que exista uma aquisição definitiva.
A sede da GM, em Detroit (EUA), manteve reuniões paralelas com
ambos potenciais investidores.
A GM considera que a proposta da RHJI é a mais simples das duas e
que houve poucos aspectos a discutir sobre a oferta.
A Magna, que faz a oferta junto com a fabricante russa GAZ e o
banco estatal Sberbank, é a favorito dos funcionários da Opel e do
Governo alemão, porque seu plano é o que menos postos de trabalho
eliminaria na Alemanha, apesar de que os cortes trabalhistas seriam
em nível europeu.
A GM tem algumas reservas à oferta da Magna, pelo temor de que se
abra a possibilidade de transferência de sua tecnologia à Rússia.
Na Alemanha, no entanto, existe o temor de que a GM prefira a
RHJI, porque facilitaria uma recompra posterior da Opel. EFE