Viena, 8 set (EFE).- A Arábia Saudita está satisfeita com o nível
atual do preço do petróleo, que oscila entre US$68 e US$73 dólares
por barril, afirmou hoje em Viena o ministro do Petróleo saudita,
Ali bin Ibrahim Al-Naimi.
"Com o preço entre US$68 e US$73, que mais se pode desejar?",
disse Naimi à imprensa em sua chegada esta madrugada a Viena para
participar amanhã na Conferência Ministerial da Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep).
"O mercado está em muito boa forma, muito bem abastecido. O preço
está bem para todo o mundo, para consumidores e produtores", opinou
o chefe da delegação do maior exportador mundial de petróleo e por
isso líder natural da organização.
As declarações do ministro saudita confirmam a expectativa
reinante sobre o resultado da reunião da quarta-feira que os
ministros dos doze países do grupo deixarão sem mudanças o nível de
sua oferta conjunta petrolífera.
Seu colega kuwatiano, Ahmad Abdullah Al-Sabah, disse ontem à
noite, após chegar a Viena, que apesar de ainda não existir um
acordo definitivo entre os doze países, seu "sentimento" é que "não
haverá cortes" da produção.
Isso significaria que, pela terceira vez neste ano, a Opep decide
manter vigente a cota conjunta de 24,84 milhões de barris diários
(mbd) que rege desde 1º de janeiro.
Esse limite se estabeleceu na conferência realizada em dezembro
em Oran (Argélia), após diminuir 4,2 mbd ao volume que tinham
produzido em setembro de 2008 todos menos Iraque, país que desde
1991 não participa do sistema de cotas de seus membros.
O forte corte da produção teve por objetivo frear a queda dos
preços, que após chegar a números históricos a casa de US$150 por
barril em julho de 2008, tinham caído a menos de US$35 em dezembro
devido à crise financeira e ao conseguinte deterioração da demanda
petrolífera.
Em 2009, a cotação do "ouro negro" foi recuperando terreno de
forma sustentada e alcançou um máximo anual de US$75 em agosto.
Naimi considerou hoje que atualmente, apesar de haver "um
pequeno" excesso de oferta, que se reflete nos estoques de petróleo,
o mercado "está muito estável".
Ao contrário de reuniões anteriores, na de quarta-feira, que é
uma conferência ordinária, não participa nenhum país produtor não
membro da Opep como observador.
A organização não explicou as razões, mas os analistas veem nisso
um sinal de descontentamento por parte dos principais concorrentes
da organização por não haver combinado esforços para limitar a
oferta e melhorar o preço.
Especialmente a Rússia, que em Oran tinha prometido acompanhar as
medidas da Opep, retirando também barris próprios do mercado,
aumentou seu bombeamento a mais de 10 mbd, superando assim à Arábia
Saudita, que atualmente produz uns 8 mbd.
Hoje e amanhã se espera na capital austríaca o resto dos
ministros, que respeitarão nesta conferência o Ramadã, o jejum
muçulmano, pelo que a reunião se realizará na noite da quarta para
quinta-feira. EFE