Por Eliana Raszewski
BUENOS AIRES (Reuters) - A nova ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis, anunciou nesta segunda-feira uma série de medidas destinadas a reduzir o alto déficit fiscal do país e acalmar os mercados financeiros, em meio à crise financeira e política que o país atravessa.
Batakis, que assumiu a pasta há uma semana em meio a uma grave disputa na coalizão governista de centro-esquerda, disse que vai manter as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), entre outras decisões que buscam afastar as dúvidas sobre o futuro da economia.
"Não vamos gastar mais do que temos", afirmou ela em entrevista à imprensa. "Precisamos dar certa ordem e equilíbrio às finanças públicas do Estado nacional".
Batakis destacou que a Argentina buscará uma trajetória de taxa de juros positiva, congelará a entrada de novos funcionários no setor público, além de manter o plano de cortes de subsídios ao consumo de serviços estipulado pela gestão anterior e evitar gastos acima do orçamento.
O país, importante exportador de grãos, enfrenta uma inflação que pode chegar a 76% este ano segundo estimativas, pressão sobre o peso e reservas cambiais baixas.
A ministra avaliou que o peso argentino, atualmente sob pressão devido à escassez de divisas que o país enfrenta, encontra-se em um valor adequado.
Alguns especialistas levantaram dúvidas sobre o respaldo que plano de Batakis terá por parte da vice-presidente Cristina de Kirchner, que provocou uma crise no governo de Alberto Fernández ao pressioná-lo pela saída do ex-ministro da Economia Martín Guzmán.
(Reportagem de Jorge Iorio e Maximilian Heath)