Buenos Aires, 3 ago (EFE).- A Argentina recorreu a parte de suas
reservas para cancelar hoje amortizações do bônus Boden 2012, de US$
2,25 bilhões, o maior vencimento de dívidas que o país deveria
enfrentar este ano.
"Com o pagamento da dívida que realizamos hoje, estamos honrando
nossos compromissos", destacou o ministro da Economia da Argentina,
Amado Boudou, que negou que o desembolso tenha debilitado as
reservas em poder do Banco Central.
Boudou disse que o pagamento "também serviu para superar os
desaforos de outra época", em referência ao fato de que os Boden
2012 foram emitidos para compensar investidores e bancos afetados
pelo "corralito financeiro", como se chama a retenção de fundos
bancários que começaram a ser aplicados durante a severa crise
econômica no final de 2001.
A amortização desses bônus foi feita com fundos do Tesouro e
reservas em moeda estrangeira, embora o ministro não tenha afirmado
em que proporções.
"É preciso seguir trabalhando fortemente" na redução da dívida
pública e manter o superávit do Tesouro, "que é o caminho indicado
para acrescentar as reservas e honrar as dívidas", afirmou.
"Estas políticas nos permitiram passar de US$ 12,7 bilhões de
reservas em 2003 para os atuais US$ 46 bilhões, enquanto que o PIB
(Produto Interno Bruto) também cresceu na mesma proporção, passando
de US$ 127 bilhões para cerca de US$ 330 bilhões", assegurou.
Boudou disse ainda que as reservas do Banco Central "não só não
caíram, mas se triplicaram nos últimos seis anos, assim como o PIB".
EFE