Berlim, 10 ago (EFE).- O alemão convertido ao islamismo Fritz
Gelowicz, de 29 anos, confessou hoje à Justiça ser o líder do
Quarteto de Sauerland (oeste da Alemanha), célula terrorista
desarticulada que planejava praticar atentados em série contra alvos
dos Estados Unidos na Europa.
Gelowitz rompeu o silêncio no julgamento contra o grupo que
acontece em Dusseldorf. Durante uma audiência, ele contou o longo
caminho que começou a seguir em janeiro de 2005, com sua
peregrinação a Arábia Saudita, Síria, Istambul e Paquistão, e como
acabou preso.
Ao ser desmantelado em 4 de setembro de 2007, o grupo tinha 730
quilos de explosivos e 26 detonadores armazenados numa casa na
região de Sauerland.
Na confissão, o radical deu detalhes do treinamento recebido num
campo Al Qaeda no Waziristão, onde passou três meses se
especializando em explosivos.
Ainda que o primeiro objetivo de Gelowicz tenha sido se juntar à
jihad (guerra) contra as tropas americanas no Iraque, ele decidiu
retornar à Alemanha e organizar uma célula ao lado de Adem Yilmaz e
Atila Selec, dois alemães de origem turca, e Daniel Schneider, outro
alemão convertido ao islamismo.
Seu chefe direto, identificado como "Ahmed", falou-lhe sobre as
dificuldades que a Al Qaeda encontrou para recrutar europeus
dispostos a organizar ataques na Europa e também da complexidade da
realização de atentados contra americanos no Afeganistão.
Gelowicz, filho de uma médica e um empresário, voltou à Alemanha
certo de que, "com poucas dificuldades", ele e os companheiros
"conseguiriam levar adiante os planos de organizar atentados de
grande envergadura".
No julgamento, Gelowitz foi o primeiro do grupo a falar. Nas
semanas anteriores, eles, que têm entre 23 e 30 anos, deram
depoimentos individuais a agentes do Departamento Federal de
Criminalística (BKA).
Segundo informações que vazaram à imprensa, os membros do
quarteto teriam admitido as acusações de pertencer a União para a
Jihad Islâmica e de terem passado por campos de treinamento no
Paquistão.
Segundo a acusação, o grupo planejava quatro atentados
simultâneos, provavelmente no aniversário do 11 de setembro. A
intenção deles seria causar danos maiores que os dos ataques de Nova
York, Madri e Londres.
O grupo foi desmantelado pelo BKA em 4 de setembro de 2007,
quando tinham material para os atentados e teriam recebido ordens do
Paquistão para atacar.
As acusações se baseiam em 30 horas de escutas telefônicas que
indicam que eram planejados três atentados com carros-bomba e outro
não especificado. EFE