Por Andrew Osborn
LONDRES (Reuters) - A rainha Elizabeth, da Grã-Bretanha, colocou em andamento os planos do novo governo para realizar um referendo sobre a permanência britânica na União Europeia nesta quarta-feira, mas deixou em aberto as dúvidas sobre quando será feito e que mudanças na UE o governo deseja de antemão.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que diz preferir permanecer em uma UE reformada, mas que não "descarta nada" se o bloco não mudar, foi reeleito em 7 de maio com a promessa de reformular os laços com o bloco antes de permitir que os britânicos decidam pelo voto sobre a permanência do país.
Usando sua coroa e sentada num trono dourado perante uma Câmara dos Lordes lotada, a monarca de 89 anos delineou os planos em um discurso escrito para ela pelo gabinete dos conservadores de Cameron ao inaugurar a sessão do Parlamento com a tradicional exibição de pompa.
"Meu governo irá renegociar o relacionamento da Grã-Bretanha com a União Europeia e buscar a reforma da União Europeia em benefício de todos os Estados membros", declarou a rainha à plateia, composta de políticos e lordes vestidos com mantos carmesim com acabamento em arminho branco.
Uma lei que permite a realização de um referendo até o fim de 2017 será apresentada ao Parlamento na quinta-feira, dia em que Cameron inicia uma turnê europeia para tentar conquistar parceiros que relutam em endossar uma reforma da UE.
O texto da pergunta do referendo será revelado na mesma ocasião. Relatos não confirmados afirmam que os eleitores serão questionados se querem permanecer na União Europeia. Isso permitiria ao campo pró-UE sair em defesa do "sim", o que o pouparia de acusações de campanha negativa, um detalhe que deve irritar opositores do bloco.
Cameron afirmou ao Parlamento que torce para que a lei do referendo seja aprovada pela legislatura de forma rápida.
(Reportagem adicional de William James, Kylie MacLellan e Estelle Shirbon)