Por Simon Evans
ZURIQUE (Reuters) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, ainda terá sete meses na liderança da federação de futebol, mas suas esperanças de deixar os problemas da entidade para trás antes de ir embora parecem remotas.
Blatter, eleito para a chefia da entidade em 1998, deixará o cargo em 26 de fevereiro, dia que a Fifa selecionou para realizar um "congresso eletivo" e escolher seu substituto.
A resposta da Fifa, nesta segunda-feira, ao escândalo de corrupção que assombra a entidade desde as prisões de altos representantes em maio, sob acusações de fraude e lavagem de dinheiro, foi anunciar a criação de outra "força-tarefa" composta de pessoas de dentro da organização.
Blatter, de 79 anos, claramente espera que haverá um pacote de reformas a fim de acalmar seus críticos, assim como os da federação.
"Minha responsabilidade e missão é garantir que, quando no fim de fevereiro eu encerrar minha carreira, eu possa dizer na Fifa que nós começamos novamente a reforma e reconstruímos a reputação da Fifa", disse ele em coletiva de imprensa.
Mas mesmo se essa força-tarefa, composta de representantes de confederações nacionais, mas com um "presidente neutro", tiver progresso, é difícil ver os últimos meses de Blatter no comando como tranquilos.
A investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre corrupção, subornos e estelionato no futebol pode levar a mais acusações, especialmente se alguns dos indiciados concordar em cooperar com as autoridades.
Blatter não foi acusado de irregularidades. Mas o ex-vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, bastante elogiado por Blatter e visto como seu protegido, alegou inocência em uma corte federal em Nova York no sábado sobre acusações de conspiração para cometer estelionato, fraude e lavagem de dinheiro. Ele foi libertado sob uma fiança de 10 milhões de dólares.