Berlim, 11 set (EFE).- Os chefes dos quatro Governos regionais
alemães com fábricas da Opel se mostraram satisfeitos com o anúncio
da venda da empresa ao grupo austríaco-canadense Magna pela General
Motors, embora reconheceram que a operação é complicada.
"Só a Magna garante com seu conceito empresarial" que a operação
seja um êxito, assinalou hoje Roland Koch, chefe do Governo do
cêntrico estado federado de Hesse, onde se encontra Rüsselsheim, a
central da empresa Opel.
Também celebrou que a Opel continue vinculada a General Motors,
que manterá um 35% de seu capital, já que ajuda uma cooperação a
longo prazo que servirá para desenvolver automóveis modernos e
competitivos.
Em declarações radiofônicas, Koch defendeu também os avais que o
Estado alemão e os quatro estados federados fornecerão para garantir
a operação e rejeitou a alternativa de uma possível declaração de
insolvência de Opel.
Koch respondeu assim às reservas mostradas pelos representantes
das autoridades alemãs na sociedade fiduciária de Opel, que puseram
em dúvida que a venda da empresa europeia de automóveis a Magna seja
a solução ideal e duvidaram que Opel consiga com o tempo voltar a
ser competitiva.
Em parecidos termos se expressaram os chefes dos Governos da
Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado, Jürgen Rüttgers e
Kurt Beck, respectivamente, que celebraram também o anúncio da venda
de Opel, embora reconhecessem que ficam ainda muitos detalhes por
negociar.
O poderoso sindicato alemão de metal IG-Metall advertiu por sua
parte que os exigidos sacrifícios salariais aos trabalhadores de
Opel não se darão sem consequencias.
IG-Metall assinalou que as concessões econômicas só serão aceitas
com a condição de que não se produzam demissões nem fechamento de
plantas da Opel na Alemanha.
O conselho de administração do consórcio automobilístico General
Motors anunciou ontem em Berlim sua decisão de recomendar a venda de
55% ao fabricante de autopeças austríaco-canadense Magna e seu sócio
russo o Sberbank e de manter 35% das ações.
Em comunicado divulgado pela central da General Motors Europe, se
destacou, no entanto, que ainda será necessário resolver "nas
próximas semanas" alguns pontos "importantes", como uma "confirmação
por escrito da representação laboral na qual se compromete a apoiar
os necessários ajustes de custos".
Um dos pontos pendentes, acrescentou a GM Europe, será o acordo
definitivo sobre as ajudas financeiras do Estado e os Länder
alemães.
Os 10% restantes do capital da nova companhia batizada como "New
Opel" irá para mãos dos funcionários, como contemplava a oferta
inicial de Magna. EFE