Lima, 5 out (EFE).- América Latina é a única região do mundo que
ainda tem um "superávit ecológico" e por isso deve articular as
políticas adequadas para preservar seus recursos, se revelou hoje
com a apresentação do livro "O Poder Ecológico das Nações".
O texto ilustra com números e estatísticas a realidade ecológica
das nações, um tema que foi considerado "da mais alta importância"
pelo secretário-geral da Comunidade Andina (CAN), Freddy Ehlers.
Revelou que a mudança climática pode ter um impacto em 2025 que
gerará perdas por US$25 bilhões nos países da CAN (Bolívia,
Colômbia, Equador e Peru).
"Seria uma catástrofe para os países andinos. Um grau de
temperatura em nível do mar equivale a seis graus nas alturas, nas
geleiras, é por isso que estão derretendo", disse.
"Estamos diante de uma situação que não vamos poder conduzir. Se
promove um modelo de vida que não é sustentável, não é possível.
Houve esta trágica confusão entre crescimento e desenvolvimento",
afirmou.
O livro foi apresentado na sede limenha da CAN, por Ehlers;
Antonio Cardoso Mota, chefe da Delegação Europeia no Peru; e Juan
Alfonso Peña, representante de Acordo Equador.
Entre os especialistas convidados estiveram Mathis Wackernagel,
diretor-executivo de Global Footprint Network; Juan Reiser,
responsável do Projeto de Pegada Ecológica na Pontifícia
Universidade Católica do Peru; e Arturo Alfaro, Representante do
Fórum Cidades para a Vida.
Antonio Cardoso Mota afirmou que para a União Europeia (UE) "esta
é uma temática de importância especial", já que se trata "de uma
luta de nossa geração para deixar a nossos filhos e netos um mundo
melhor".
"Este é um livro importantíssimo e acho que a todos nos
interpela", assinalou.
"Queremos reforçar este componente de luta contra a mudança
climática... nesta zona que tem os pulmões da humanidade", indicou
ao referir-se à cooperação entre a UE e América Latina.
Mathis Wackernagel comentou que o século XXI "nos está obrigando
a ver que a verdadeira riqueza da terra não está no dinheiro, mas
nos recursos ecológicos".
A publicação é resultado da colaboração entre a Fundação Acordo
Equador e Fórum Cidades para a Vida, com o apoio da Secretaria-Geral
da CAN e a Comissão Europeia, através do projeto SOCICAN (Ação com a
Sociedade Civil para a Integração Andina), e Global Footprint
Network. EFE