Por Angus McDowall
RIAD (Reuters) - A Arábia Saudita informou nesta segunda-feira que vai cortar o tráfego aéreo e as relações comerciais com o Irã e que a república islâmica precisa "agir como um país normal" antes de restabelecerem relações diplomáticas.
O ministro das Relações Exteriores saudita, Adel Al-Jubeir, disse em entrevista à Reuters que Teerã é responsável pelo aumento de tensões, após o reino executar o clérigo muçulmano xiita Nimr Al-Nimr no sábado, descrevendo-o como terrorista.
O chanceler, que insistiu que Riad vai reagir à "agressão iraniana", acusou Teerã de enviar militantes a países árabes e esquematizar ataques dentro do reino e nos países vizinhos.
"Não houve aumento da tensão do lado da Arábia Saudita. Nossas ações são todas de reação. Os iranianos que foram ao Líbano. Os iranianos que enviaram as Forças Qods e a Guarda Revolucionária à Síria", disse.
A execução de Nimr gerou protestos entre xiitas pela região. Manifestantes iranianos invadiram a embaixada saudita em Teerã, causaram incêndios e danificaram o prédio, o que levou os sauditas a cortar relações, agravando ainda mais um ambiente de rivalidade já existente.
Peregrinos iranianos ainda serão bem-vindos para visitar os locais sagrados de Meca e Medina, para o haj anual ou outros momentos do ano em que haja peregrinação, disse o ministro.
Entretanto, Jubeir afirmou que a Arábia Saudita estava certa em executar Nimr, acusado de "agitação, organização de células e provocação com armas e dinheiro". Após listar os crimes de 43 membros da Al Qaeda que também foram executados no sábado junto a quatro xiitas, Jubeir disse sobre as execuções: "Deveríamos ser aplaudidos por isto, e não criticados."