AMSTERDÃ (Reuters) - A polícia da Holanda afirmou nesta sexta-feira que prendeu o dono de uma companhia que fornecia comunicações para uma rede de 19 mil clientes e fechou suas operações, acusadas de estarem sendo usadas pelo crime organizado.
O dono da companhia, Ennetcom, é suspeito de lavagem de dinheiro e posse ilegal de armas, disseram promotores.
"A polícia e promotores acreditam que eles capturaram a maior rede criptografada usada pelo crime organizado na Holanda", disseram promotores em comunicado.
Apesar do uso de ferramentas de criptografia ser legal, muitos dos usuários da rede são suspeitos de estarem engajados em "atividades criminais sérias", afirmou o porta-voz da promotoria, Wim de Bruin.
A maior parte dos usuários da Ennetcom está na Holanda, mas grande parte dos servidores usados pela empresa está no Canadá. Promotores disseram que a informação sobre os servidores no Canadá foi copiada em cooperação com a polícia de Toronto.
De Bruin disse que a informação reunida será usada na investigação contra o dono da Ennetcom e também em outras potenciais investigações criminais. Ele não comentou se e como a polícia conseguiu decodificar a informação dos servidores.
Na sexta-feira, juízes de Roterdã ordenaram que o dono da empresa, Danny Manupassa, 36, seja detido por 14 dias enquanto a investigação continua.
"A companhia vendeu telefones modificados por cerca de 1.500 euros cada e usou seus servidores para tráfego codificado de dados", disseram autoridades. "Os telefones foram modificados para não poderem fazer chamadas ou acessar a Internet."
Os aparelhos apareceram repetidamente em investigações de tráfico de drogas e assassinatos, disseram os promotores.
Um comunicado publicado no site da Ennetcom afirma que a empresa foi forçada a "suspender todas as operações e serviços",
"A Ennetcom lamenta o curso dos eventos e insinuações sobre a Ennetcom. Vai ficar claro que a Ennetcom defende o direito à privacidade", afirmou a empresa no comunicado.
(Por Toby Sterling)