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Esquema de propina na Sete Brasil era igual ao da Petrobras, diz ex-presidente

Publicado 19.07.2016, 19:36
Esquema de propina na Sete Brasil era igual ao da Petrobras, diz ex-presidente
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O ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, afirmou que a divisão das propinas recebidas de estaleiros contratados pela empresa era uma réplica do esquema que já existia na Petrobras (SA:PETR4). Ele prestou depoimento hoje (19) ao juiz federal Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal de Curitiba, em acordo de delação premiada acertado com o Ministério Público Federal (MPF) dentro da Operação Lava Jato.

A Sete Brasil foi criada pela Petrobras para explorar o petróleo na camada pré-sal. Ferraz presidiu a empresa de 2010 a 2014 e é acusado de ter recebido propina.

Ferraz falou sobre a divisão de propinas ao ser indagado por Moro sobre qual motivo os executivos da Petrobras também recebiam uma parte das propinas decorrentes dos contratos firmados pela Sete Brasil. Segundo Ferraz, o ex-gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, era o responsável por replicar na empresa o esquema de propinas instalado na petrolífera.

O ex-presidente da Sete Brasil disse que todos os estaleiros contratados para construir navios-sonda pagavam uma propina de 0,9% do valor do contrato. “Dois terços eram destinados ao Partido dos Trabalhadores (PT), na pessoa de João Vaccari Neto [ex-tesoureiro do partido], e o restante era dividido em duas partes iguais. Uma parte era destinada a pessoas da Petrobras e a outra, para executivos da Sete Brasil”, explicou Ferraz.

O réu afirmou não saber os nomes de todos os executivos da Petrobras que recebiam as propinas. “Certamente, o [ex-diretor de Serviços] Renato Duque, que o Barusco me falou. Outras pessoas, eu não tenho certeza; apenas tive conhecimento através dos inquéritos”. Os executivos da Sete Brasil que recebiam comissões, segundo o depoimento, eram Ferraz, Barusco e o ex-gerente da área internacional da Petrobras, Eduardo Musa".

João Carlos Ferraz disse que recebeu entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões em propinas, que foram pagas através de uma conta no banco Kramer, na Suíça. A conta teria sido aberta em 2011, em nome de uma offshore chamada Firazza. Segundo Ferraz, o valor recebido é apenas uma parte das comissões devidas pelos estaleiros, já que os pagamentos seriam feitos ao longo dos contratos — que tinham entre 10 e 15 anos de duração.

O ex-presidente da Sete Brasil disse que foi apresentado a João Vaccari Neto por Pedro Barusco e Renato Duque, durante um jantar em São Paulo. “Eles falaram que tinham o desejo de aumentar ainda mais essas comissões, de modo que não apenas os estaleiros (...) pagassem, mas também os operadores de sondas”, relatou. Ferraz disse que foi contra a ideia naquele momento, mas que não ficou sabendo dos desdobramentos do assunto.

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