WASHINGTON (Reuters) - A China vai defender os seus direitos sob o regime tarifário da Organização Mundial do Comércio se o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomar medidas para executar as ameaças de campanha de cobrar taxas punitivas sobre bens produzidos na China, disse uma autoridade comercial chinesa nesta quarta-feira.
Zhang Xiangchen, o vice-representante internacional da China para comércio, também disse numa entrevista à imprensa que há um amplo consenso entre acadêmicos, empresários e autoridades de governo de que a China não está manipulando o iuan para ganhar vantagens comerciais injustas como Trump acusou.
“Eu acho que depois que Trump tomar o poder, ele vai ser lembrado que os EUA devem honrar as suas obrigações como um membro da Organização Mundial do Comércio”, afirmou ele aos jornalistas por intermédio de um intérprete. “E como membro da OMC, a China também tem o direito de assegurar os seus direitos como um membro da OMC.”
Trump disse que a China está “nos matando” no comércio e que tomaria medidas para reduzir o grande déficit comercial dos EUA com a China, como inclusive considerar Pequim um manipulador do câmbio logo depois que assumir o poder em janeiro e cobrar taxas de até 45 por cento para equilibrar a situação para a indústria norte-americana.
Zhang, que falou à imprensa após uma reunião técnica de dois dias entre autoridades norte-americanas e chinesas em Washington, declarou que a China tem observado com atenção os pronunciamentos de Trump durante a campanha e no período que ele se prepara para assumir o governo. Ele disse que, independentemente das mudanças de governo, os interesses econômicos compartilhados de EUA e China pesam bem mais que as diferenças entre os dois países, e que a cooperação deve continuar.
(Reportagem de David Lawder)