Nações Unidas, 21 jun (EFE).- O secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon, pediu hoje aos líderes que participam da cúpula
do Grupo dos 20 (G20, bloco de países ricos e emergentes) neste fim
de semana em Toronto que concentrem suas políticas econômicas nas
necessidades dos mais pobres e no crescimento "verde".
"Os encorajo a apoiar iniciativas que mantenham a recuperação (da
crise), ao mesmo tempo em que realcem a estabilidade econômica,
protejam o meio ambiente e favoreçam os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM)", assinalou Ban em carta aos responsáveis das 20
principais economias do mundo.
Na carta, o secretário-geral ressalta que o desemprego, o alto
preço dos alimentos e as matérias-primas, assim como a desigualdade,
contribuíram para aumentar consideravelmente a fome, a pobreza e as
tensões sociais ao longo do planeta.
"Agora, mais do que nunca, deve-se investir nos mais pobres do
mundo para recuperar o terreno perdido no campo do desenvolvimento",
ressaltou.
Ban também destacou que a recuperação econômica se desenvolve em
velocidades diferentes ao longo do globo, embora continue sendo
frágil na maioria dos países.
Por isso, assegurou que promover uma única solução para a crise
não terá resultado, embora afirme que todas as políticas devem ter
alguns aspectos em comum.
"Segundo nossa experiência coletiva, a melhor maneira de
conseguir um marco que favoreça um crescimento firme, sustentável e
equilibrado é dar-lhe protagonismo ao desenvolvimento, além de
investir em uma economia verde", assegurou.
Junto à carta de Ban, a ONU também divulgou hoje uma análise dos
efeitos da crise na economia global, que destaca as dificuldades que
inúmeros lares atravessam, inclusive em países que conseguiram
resistir a suas consequências e recuperaram o crescimento econômico.
Além disso, nos países pobres onde o impacto foi menor, se
produziu uma erosão da capacidade de resistência das economias
familiares que podem ter consequências negativas a longo prazo.
O secretário-geral adjunto da ONU, Robert Orr, assinalou que é o
dinamismo das economias em desenvolvimento que impulsiona a
recuperação global.
"Mas isso não deve nos levar a pensar que ao mesmo tempo não há
muito sofrimento no mundo em desenvolvimento", advertiu.
Nesse aspecto, ressaltou que por trás dos números macroeconômicos
positivos das economias em desenvolvimento que sustentam o
crescimento global há "cidadãos que sofrem de uma maneira
desproporcional". EFE