BEIRUTE (Reuters) - O governo da Síria negou nesta terça-feira a acusação dos Estados Unidos de que teria construído um crematório em uma de suas prisões que poderia ser utilizado para se livrar de corpos de detidos.
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores sírio publicado pela agência de notícias estatal Sana disse que o governo dos Estados Unidos tinha criado uma "história de Hollywood desprendida da realidade" ao alegar que um crematório tinha sido construído na prisão militar de Sednaya, perto de Damasco.
Stuart Jones, secretário-assistente interino de Estado norte-americano para Assuntos do Oriente Próximo, disse que autoridades norte-americanas acreditam que o crematório pode ser usado para dar fim a corpos em uma prisão onde temem que o governo de Assad tenha autorizado o enforcamento em massa de milhares de prisioneiros durante a guerra civil síria de seis anos.
Em fevereiro, a Anistia Internacional disse que de 20 a 50 pessoas em média são enforcadas todas as semanas em Sednaya, localizada ao norte de Damasco. Entre 5 mil e 13 mil pessoas foram executadas no complexo nos quatro anos transcorridos desde que um levante popular degenerou em uma guerra, afirmou.
O governo sírio também negou essa acusação.
A Anistia disse que as execuções aconteceram entre 2011 e 2015, mas que provavelmente ainda estavam acontecendo e sendo contabilizadas como crimes de guerra.
Em coletiva de imprensa na segunda-feira, Jones mostrou imagens aéreas do que ele disse ser o crematório de Sednaya.
(Reportagem de Tom Perry)