Caracas, 17 ago (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta quarta-feira que seu Governo continuará comprando armas da Rússia para "defender a sagrada soberania" do país, e anunciou que para isso administra perante Moscou um crédito de US$ 4 bilhões.
"Estamos tramitando (...) um crédito de US$ 4 bilhões. Uma boa parte disso é para continuar nos equipando, levantando nossa capacidade de combate e de defesa. É um direito e uma obrigação", afirmou Chávez, em uma comunicação telefônica divulgada durante um ato militar.
As Forças Armadas venezuelanas receberam nesta quarta-feira armas de fogo transportáveis, mísseis antiaéreo ZU-23 e tanques BTR 80 de fabricação russa, que o governante descreveu como o "melhor armamento do mundo".
"Essas armas fabricadas na Rússia, e agora venezuelanas, serão para defender a sagrada soberania, assim como vocês souberam defender por muito tempo a sagrada soberania da pátria russa", assinalou o líder, ao agradecer esse país e seu presidente, Dimitri Medvedev, as novas armas.
Chávez disse que está assegurando a continuidade de "todo o trabalho estratégico" com a Rússia, com o qual, destacou, a Venezuela mantém um banco com sedes em Caracas, Moscou e Pequim.
Em abril, a corporação estatal russa para exportação de armamento, Rosoboronexport, revelou em Moscou que a Venezuela comprou US$ 11 bilhões em armas da Rússia nos últimos cinco anos.
"Uma parte dos contratos que foram assinados com a Venezuela já foram realizados e outros ainda se encontram em fase de conclusão", assinalou naquela época à Agência "Interfax" o chefe do departamento latino-americano Rosoboronexport, Sergei Ladiguin.
Em janeiro, Chávez anunciou a chegada ao país de um lote de tanques de guerra russos que foram negociados durante a Presidência de Vladimir Putin (2000-2008).
O governante venezuelano lembrou que nos últimos anos comprou da Rússia fuzis, helicópteros, aviões e tanques de guerra e equipamentos com os quais modernizou a frota militar do país, além de ter adquirido da China aviões de treinamento e radares. EFE