Roma, 25 ago (EFE).- A petrolífera italiana Eni assinará na segunda-feira um acordo em Benghazi com o Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia sobre o fornecimento de gás e gasolina que dará vazão às necessidades imediatas da população do país norte-africano.
O chefe do Governo italiano, Silvio Berlusconi, anunciou o acordo nesta quinta-feira em entrevista coletiva realizada após o encontro mantido em Milão, norte da Itália, com o premiê do CNT, Mahmoud Jibril.
O encontro durou cerca de 1h e nele também participam o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, o executivo-chefe e o presidente da Eni, Paolo Scaroni e Giuseppe Recchi, respectivamente.
Scaroni informou aos jornalistas que o acordo previso para ser assinado na segunda-feira será para fornecer gás e gasolina "à nova Líbia" em troca de pagamentos em petróleo quando as estações de extração estejam operando novamente.
O executivo-chefe da Eni ressaltou que será privilegiada a produção de gás e que para a reativação normal das petrolíferas serão necessários entre seis e 18 meses.
"A Líbia representa entre 10% e 12% do abastecimento da Eni, por isso não estou especialmente preocupado, embora levando em conta que com a chegada do inverno temos de pensar melhor, já que outras fontes de abastecimento não estão garantidas", disse Scaroni, acrescentando que neste momento não estão negociando novos contratos com o CNT.
A reunião desta quinta-feira é a segunda que Jibril mantém no Ocidente após a intensificação dos combates no país norte-africano e a tomada de controle da maior parte de Trípoli por parte dos rebeldes, já que na quarta-feira se reuniu em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Após o encontro desta quinta-feira em Milão, Berlusconi anunciou que a Itália está disposta a desbloquear 350 milhões de euros do Estado líbio congelados no país. A multinacional Eni é uma das empresas italianas com maior presença na Líbia.
Depois da explosão das revoltas na Líbia em fevereiro, a Eni decidiu suspender suas atividades de produção, assim como as exportações através do gasoduto GreenStream. EFE