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Espanha receberá ajuda para bancos sem contrapartidas em outros setores

Publicado 09.06.2012, 19:08
Atualizado 09.06.2012, 19:35

Madri, 9 jun (EFE).- O Governo da Espanha anunciou neste sábado que pedirá ajuda aos países do euro para sanear seus sistema financeiro, que será concedida como um empréstimo "em condições muito favoráveis" e sem contrapartidas em outros setores econômicos.

O anúncio foi feito em Madri pelo ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, após a realização de uma videoconferência de quase três horas entre os ministros de Economia e Finanças dos países da zona do euro.

O Eurogrupo concordou em conceder à Espanha um empréstimo de até 100 bilhões de euros para uma reestruturação do seu setor financeiro, muito atingido pela derrubada da "bolha" imobiliária.

Em entrevista coletiva, Guindos destacou que o empréstimo ao sistema financeiro espanhol envolverá bancos e não a política econômica do país, por isso não exigirá novos cortes, embora aumente os níveis de dívida da Espanha. "As condições serão impostas aos bancos, não à sociedade espanhola", destacou.

O ministro explicou que os detalhes concretos serão conhecidos nos próximos dias, após lembrar que o Executivo espanhol contratou duas auditoras internacionais independentes para realizar uma avaliação da situação das entidades financeiras. Guindos ainda insistiu que o apoio financeiro não é um resgate.

A ajuda será canalizará através do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), organismo público que atuará como intermediário e receptor dos fundos europeus, e injetará nas entidades necessitadas. "É um empréstimo com condições extraordinariamente excepcionais", disse Guindos, que vê o acordo como uma forma de aliviar as pressões dos mercados sobre a Espanha.

Além disso, o ministro disse que a medida ajudará os bancos a voltar a conceder crédito, condição indispensável para facilitar a recuperação econômica do país, que atravessa uma recessão e alcançou um desemprego recorde de 24,4%, segundo a última pesquisa com a população ativa.

Guindos explicou também que a ajuda financeira é para cobrir as necessidades de capitalização e para ter uma margem de segurança. Neste contexto, considerou que a quantidade disponível será suficiente para cobrir as necessidades de capital e ter uma "margem significativa".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) tinha cifrado as necessidades dos bancos espanhóis em 40 bilhões de euros, quantia que poderia subir até 60 bilhões. O organismo internacional só participará da ajuda financeira aos bancos espanhóis como supervisor.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o principal da oposição e que governou o país entre 2004 e dezembro de 2011, disse que a ajuda europeia aos bancos espanhóis é um "resgate" e representa uma "má notícia para a Espanha". Além disso, a formação pediu que o presidente do Governo, Mariano Rajoy, compareça no Parlamento para dar explicações.

O anúncio da ajuda aos bancos espanhóis foi recebido de forma positiva pelos Governos europeus, dos EUA, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em Washington, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou que "estas ações são importantes para a saúde da economia espanhola", além de "um passo em direção à união financeira, algo vital para a resistência da zona do euro". EFE

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