Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica Âmbar Energia, controlada pela J&F, dona do grupo de alimentos JBS (SA:JBSS3), abriu chamada pública para fechar a compra de até 2,2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural para atendimento à termelétrica Cuiabá, no Mato Grosso, segundo comunicado da empresa nesta segunda-feira.
A busca por um fornecedor vem após a Petrobras (SA:PETR4) comunicar em junho a extinção antecipada de um contrato com a Âmbar, sob acusações de que a empresa teria violado cláusula do acordo que proibia as partes de envolvimento em corrupção junto a agentes públicos.
O cancelamento do fornecimento pela Petrobras veio após notícias de que os controladores da J&F teriam se envolvido em irregularidades, como negociação de propina para influenciar uma disputa da Âmbar contra a Petrobras no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cace).
O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi gravado por autoridades ao receber uma mala com 500 mil reais de executivos da J&F, que seriam propina para ajuda no caso. Loures cumpre atualmente prisão domiciliar, após chegar a ficar preso no início de junho.
Procurada, a Âmbar Energia disse que não iria comentar.
A chamada pública aberta pela termelétrica de Cuiabá, que tem 480 megawatts de capacidade, é para suprimento de gás entre outubro e o final de dezembro deste ano.
A Âmbar chegou a obter liminar que obrigava a Petrobras a atender sua usina, mas a decisão judicial foi derrubada pouco depois.