Por Steve Holland e David Brunnstrom
NOVA YORK (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta quinta-feira a adoção de novas sanções que escancaram as portas para colocar pessoas e entidades que negociam com a Coreia do Norte em listas negras, incluindo suas redes comercial e de remessas, aumentando assim a pressão sobre os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang.
Trump não chegou a visar a China, maior parceira comercial norte-coreana, e elogiou seu Banco Central por ordenar que os bancos chineses parem de fazer negócios com o regime recluso.
As sanções adicionais contra a Coreia do Norte mostraram que Trump está dando mais tempo para pressões econômicas, depois de advertir sobre a possibilidade de ação militar no início da semana em seu primeiro discurso nas Nações Unidas.
Pyongyang vem resistindo à pressão internacional e realizou seu sexto e maior teste nuclear no dia 3 de setembro, além de ter lançado vários mísseis neste ano, incluindo dois mísseis balísticos intercontinentais e dois outros foguetes que sobrevoaram o Japão.
"Hoje estou anunciando um novo decreto presidencial, recém-assinado, que expande significativamente nossa autoridade para visar empresas individuais, instituições financeiras que financiam e facilitam o comércio com a Coreia do Norte", disse Trump aos repórteres antes de uma refeição e reunião com os líderes japonês e sul-coreano.
"Nosso novo decreto presidencial cortará fontes de renda que financiam os esforços da Coreia do Norte para desenvolver as armas mais mortais que a humanidade conhece."
Trump afirmou que as indústrias de têxteis, pesca, tecnologia da informação e manufatura norte-coreanas estão entre aquelas que os EUA podem visar.
Ele explicou que o decreto fortalece a autoridade do Departamento do Tesouro norte-americano para mirar aqueles que realizam "um comércio significativo em bens, serviços ou tecnologia com a Coreia do Norte".
"Durante tempo demais se permitiu que a Coreia do Norte abusasse do sistema financeiro internacional para facilitar o financiamento de seus programas nuclear e de mísseis", disse Trump.
Ele não mencionou o comércio de petróleo de Pyongyang. Quatro fontes disseram à Reuters que o Banco Central da China instruiu os bancos a implantarem rigidamente as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Coreia do Norte.
O Conselho de Segurança da ONU impôs, por unanimidade, nove rodadas de sanções contra Pyongyang desde 2006, a mais recente neste mês, que limitou os suprimentos de combustíveis para a nação isolada.
(Reportagem adicional de Michelle Nichols em Nova York e Susan Heavey, Doina Chiacu, Eric Walsh e Tim (SA:TIMP3) Ahmann em Washington)