Por Danilo Masoni e Helen Reid
MILÃO/LONDRES (Reuters) - O principal índice acionário europeu registrou a primeira perda semana em duas semanas nesta sexta-feira uma vez que o elevado risco de uma eleição antecipada na Espanha ampliou a ansiedade política dos investidores, que já estavam abalados com os planos do novo governo italiano de aumentar os gastos fiscais.
As ações espanholas e italianas caíram com força, com os bancos na linha de fogo, enquanto as ações e os títulos alemães -considerados refúgios seguros- tiveram ganhos com os investidores tirando dinheiro de títulos e mercados acionários de mercados periféricos da zona do euro.
A Espanha roubou os holofotes da Itália uma vez que aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro Mariano Rajoy, com partidos de oposição pedindo eleições antecipadas e apresentando moções de não confiança depois de um caso de corrupção envolvendo membros do partido de Rajoy.
Isso, combinado com as preocupações com o governo eurocético da Itália, as difíceis negociações comerciais globais e a desaceleração econômica levaram o índice STOXX 600 para sua primeira queda semanal em dois meses.
No dia, o índice FTSEurofirst 300 subiu 0,05 por cento, a 1.530 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,14 por cento, a 391 pontos.
O índice espanhol perdeu 1,7 por cento com os bancos sendo os principais afetados. As ações do Caixabank, Santander (SA:SANB11) e BBVA (MC:BBVA) caíram entre 2,9 e 3,8 por cento.
O índice bancário da zona do euro recuou 1,9 por cento. Foi a segunda semana consecutiva de perdas, levando o índice a uma mínima de 13 meses.
O índice da Itália caiu para mínimas de sete semanas, em queda de 1,5 por cento.
Os bancos italianos, considerados um termômetro do risco político na Itália devido à sua grande carteira de títulos soberanos, encerraram o dia em queda de 3,7 por cento e na mínima de 11 meses. Os principais credores, Intesa Sanpaolo (MI:ISP) e UniCredit (MI:CRDI), recuaram 3,2 e 3,9 por cento, respectivamente.
"O novo governo de coalizão propõe medidas que, segundo nossos economistas, aumentarão o déficit orçamentário e levarão a dívida nacional da Itália a subir novamente", disseram analistas do Goldman Sachs.
Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,18 por cento, a 7.730 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,65 por cento, a 12.938 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,11 por cento, a 5.542 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,54 por cento, a 22.398 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,70 por cento, a 9.826 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,91 por cento, a 5.610 pontos.