SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta quarta-feira alta de 4,4 por cento no preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso residencial, embalado em botijões de até 13 kg, o chamado gás de cozinha, a partir de quinta-feira, assim como reajuste da mesma ordem para o gás industrial.
O preço às distribuidoras do GLP residencial passará para 23,10 reais o botijão, ante 22,13 reais desde 5 de abril, segundo informações do site da estatal.
No caso do GLP industrial, em embalagens acima de 13 kg, a empresa não informa o valor do butijão. O último aumento, em 16 de maio, havia sido de 3,6 por cento, apontou a empresa.
A petroleira destacou que o reajuste para o produto residencial poderia ter sido ainda maior que o divulgado, devido à desvalorização do real frente ao dólar, que entre março e junho chegou a 16 por cento, e elevações de 22,9 por cento nas cotações internacionais do GLP no mesmo período.
"Esse impacto foi diluído pela combinação entre o período de nove meses usado como base para o cálculo do preço... além do mecanismo de compensação que permitirá que eventuais diferenças entre os preços praticados ao longo do ano e o preço internacional sejam ajustadas ao longo do ano seguinte", disse a companhia.
A atual metodologia da Petrobras para reajustar o gás de cozinha busca conciliar a redução da volatilidade dos preços com os resultados da Petrobras. Segundo a empresa, características específicas do mercado de GLP possibilitaram a adoção de reajustes trimestrais baseados nas cotações internacionais do produto e variações no câmbio.
"Associado a mecanismo de compensação à Petrobras, a metodologia vem permitindo cumprir um dos objetivos da política atual de reduzir a volatilidade dos preços, preservando a saúde financeira da companhia", disse a Petrobras.
A empresa ressalta em seu site que as revisões feitas podem ou não se refletir no preço final, que incorpora impostos e repasses dos demais agentes do setor de comercialização, como distribuidores e revendedores.
No gás industrial, o reajuste foi criticado pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), que estima que com a nova alta o ágio praticado pela Petrobras para o produto é de 25,45 por cento em relação ao preço praticado no mercado internacional.
"Na avaliação do Sindigás, esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o GLP entre seus principais insumos, impactando de forma crucial as empresas que operam com uso intensivo de GLP", afirmou o Sindigás.
A entidade adicionou que agora o preço do GLP empresarial, em embalagens acima de 13 kg, vai ficar 57,52 por cento acima do valor cobrado pelo GLP de cozinha.
(Por Isabel Marchenta e Marta Nogueira)