BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado que pretende votar a reforma da Previdência num eventual primeiro ano de governo, em referência à mudança na Constituição que é considerada crucial para reequilibrar a grave crise fiscal do país.
Ele destacou, no entanto, que vai votar a sua reforma, numa indicação de que a proposta enviada pelo governo do presidente Michel Temer, que já foi aprovada em comissão especial na Câmara dos Deputados, não prosperará.
"Se for presidente, vamos votar em 2018 uma reforma nossa da Previdência", disse Bolsonaro a jornalistas na casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio de Janeiro, onde foi gravar programas eleitorais de rádio e TV.
Nesta semana, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, havia dito que o coordenador econômico do programa de Bolsonaro, Paulo Guedes, poderia conversar com o governo Temer ainda neste ano sobre a reforma, sem dar detalhes do que isso representaria.
O time econômico que está estruturando as propostas do presidenciável segue vendo a reforma como prioritária e queria aproveitar a proposta sobre o tema que está estacionada no Congresso para endurecer as regras do atual regime, de repartição, preparando o terreno para introduzir posteriormente a opção por um novo modelo de Previdência, de capitalização.
Neste sábado, Bolsonaro também afirmou que pretende levar adiante outra emenda à Constituição, esta para promover a redução da maioridade penal. A equipe do presidenciável defende uma diminuição de 18 para 17 anos. Depois, o patamar poderia eventualmente cair para 16 anos.
A jornalistas, Bolsonaro afirmou que não espera uma oposição forte no Congresso em 2019 caso vença as eleições, citando o apoio de muitos parlamentares eleitos e de bancadas estaduais.
O presidenciável também reiterou que pretende trabalhar para a adoção do voto impresso com a urna eletrônica para o pleito de 2020.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Edição de Marcela Ayres)