OSLO/LONDRES (Reuters) - O presidente-executivo da Statoil, Helge Lund, renunciou de forma inesperada ao cargo nesta quarta-feira para assumir as rédeas da rival menor BG, onde ele recebeu a promessa de um grande aumento de salário caso consiga recuperar a combalida produtora britânica de petróleo e gás.
Lund, que em 10 anos transformou antiga estatal norueguesa focada no mercado doméstico em uma grande petroleira internacional de 77 bilhões de dólares, agora enfrenta um novo conjunto de problemas na BG, terceira maior empresa de energia da Grã-Bretanha, que tem enfrentado dificuldades após uma série de reduções na produção custaram o cargo ao presidente-executivo anterior.
"(Lund) construiu um portfólio de exploração e produção de classe mundial na Statoil, e a companhia agora é amplamente admirada por sua experiência técnica, desempenho financeiro, e cultura forte e baseada em valores", disse o presidente do Conselho da BG, Andrew Gould.
As ações da BG acumulam queda de 20 por cento desde o começo do ano, uma vez que seu importante negócio de gás no Egito vem registrando um desempenho desastroso devido à produção menor para exportações, e seus enormes investimentos no Brasil ainda precisam provar seu valor.
Analistas sugeriram que a companhia pode estar melhor focada se fizer a cisão do bem-sucedido negócio de gás natural liquefeito (GNL) ou de suas participações em águas ultraprofundas no Brasil, que prometem mais de 6 bilhões de barris de petróleo equivalente em reservas recuperáveis.
"Para líderes, chega um momento quando é certo seguir em frente, tanto para a empresa que administram quanto para eles próprios", disse Lund, acrescentando que foi a BG que o abordou entre seis e oito semanas atrás.
"Eu queria mais um desafio de liderança", disse Lund, nativo de Oslo que completará 52 anos na quinta-feira. "Acho que estou muito jovem para aposentadoria. Este é um desafio que acho animador, e essa é a principal motivação."
Lund, que começará na BG em 2 de março, se tornou o primeiro presidente-executivo da Statoil a deixar a empresa controlada pelo governo voluntariamente. O governo norueguês agora está buscando presidentes-executivos para três de suas maiores firmas, com cargos vagos também na Telenor e Yara International.