Washington, 7 out (EFE).- O presidente da General Motors (GM),
Fritz Henderson, traçou hoje um panorama otimista sobre o futuro da
empresa, apesar de ter anunciado a saída de um dos principais
executivos, o responsável pelas vendas nos Estados Unidos.
Henderson reconheceu que apesar do processo de reestruturação
iniciado no final do primeiro semestre deste ano, a companhia
acumula um pesado legado cultural e é provável que precise de novos
profissionais para revitalizar o maior fabricante de automóveis dos
EUA.
Durante uma teleconferência nesta quarta-feira com meios de
comunicação e analistas, o presidente comunicou a saída em breve do
veterano Mark LaNeve.
Henderson disse que LaNeve sai da companhia para trabalhar fora
do setor automotivo, mas não explicou se a saída do diretor é por
vontade própria ou a pedido da companhia.
O anúncio ocorre dias depois da divulgação da GM de redução de
45% nas vendas nos EUA, três vezes superior ao encolhimento do
desempenho da Toyota e nove vezes mais que a Ford.
Durante o anúncio, o diretor disse que GM está em busca de novos
talentos para substituir LaNeve, mas foi evasivo sobre o diretor
financeiro, Ray Young, que também deixará a General Motors.
"Ray é nosso diretor financeiro, não há mais comentários",
declarou enfático.
O tom ríspido se refere às informações publicadas nos últimos
dias sobre a saída Young por problemas com o Grupo Presidencial do
Automóvel (GPA) formado pela Casa Branca para supervisionar a
reestruturação do setor.
Novas contratações, porém dependem das negociações que a GM
mantém com o Governo americano sobre pagamentos e seus executivos.
Reconheceu que apesar de a GM estar no caminho para alcançar os
objetivos financeiros, o mesmo não se repete na redução de postos de
trabalho e nas vendas. Segundo o líder da GM, a estimativa da
empresa era terminar o ano com 40 mil empregados nos EUA, mas
atualmente há 49 mil funcionários. "É mais do que esperávamos",
admitiu.
No final do ano, o executivo pretende concluir o braço do grupo
produtor de veículos pesados à chinesa Sichuan Tengzhong Heavy
Industrial Machinery.
Na terça-feira, ele reuniu-se com o executivo-chefe da Sichuan,
quem voltou à China para solicitar a aprovação das autoridades de
Pequim à operação.
"O comprador está muito interessado no fechamento da venda",
afirmou.
Sobre a Opel, disse que após o acordo para vender 55% da filial
alemã ao consórcio liderado pela Magna e 10% aos empregados, a GM
está agora em negociações com os comitês empresariais para finalizar
os contratos.
Apesar de todos os dados negativos, Henderson está otimista com
relação ao futuro. Ele acredita que as vendas mundiais da GM serão
melhores do que o esperado, apesar das perdas nos Estados Unidos.
Os números do fabricante assinalam que a fração de mercado
mundial no terceiro trimestre aumentou 11,9%, 0,3% superior ao da
primeira metade do ano.
Nos EUA a parcela do mercado no terceiro trimestre foi de 19,5%,
praticamente a mesma da primeira metade do ano, mas 2,6% inferior ao
mesmo período de 2008.
Henderson também disse que os novos veículos (como o Chevrolet
Equinox, o Cadillac SRX ou o Buick LaCrosse) estão registrando
vendas superiores às esperadas.
A companhia planeja divulgar em novembro os resultados
financeiros do terceiro trimestre e Henderson repetiu que planeja
uma oferta pública de ações em 2010. EFE