Nicósia, 21 mar (EFE).- O presidente do Banco Central do Chipre, Panikos Dimitriadis, anunciou nesta quinta-feira a reestruturação do Laiki Bank, segunda maior entidade do país, dentro de um plano de saneamento do sistema bancário, sem o qual a economia "estaria em perigo".
Ao mesmo tempo em que se anunciava a reestruturação, o banco informava em comunicado que o limite de retirada de dinheiro dos caixas ficava por enquanto limitado a 260 euros diários, em vez dos mil euros habituais.
Com a reestruturação da entidade bancária, o presidente do Banco Central do Chipre disse que "com estas medidas, o banco poderá seguir funcionando e oferecer seus serviços aos clientes", disse Dimitriadis na saída de uma reunião com o presidente do país, Nikos Anastasiadis, e os líderes dos partidos políticos.
As declarações do presidente do Banco Central chegam em um momento de grande nervosismo da população que teme a quebra desta entidade financeira, a segunda maior do país.
Segundo a Agência Efe pôde comprovar, há filas de entre 20 e 30 pessoas nas caixas do Laiki Bank tentando recuperar seu dinheiro, perante os rumores que a liquidez da entidade poderia acabar em poucas horas.
Cerca de três mil pessoas, a maioria deles empregados do Laiki, se concentraram na frente do Parlamento cipriota para protestar contra a possível perda de seus postos de trabalho.
"O Banco Central propôs ao Governo um marco legal para o saneamento e a recuperação do sistema bancário do Chipre. Assim se evitará a quebra e se salvarão os depósitos garantidos", afirmou Dimitriadis.
Segundo Dimitriadis, "isto é um passo necessário para que haja um acordo com a UE e para garantir a liquidez do sistema bancário. Se estas medidas não fossem tomadas, todo o sistema financeiro estaria em perigo", ressaltou.
Embora o presidente do Banco Central não tenha detalhado o plano, a imprensa cipriota acredita que todos os ativos e depósitos abaixo de 100 mil euros do Laiki Bank, intervindo pelo Estado desde o ano passado, passariam ao Cyprus Bank, o principal banco do país.
Os empréstimos morosos e os depósitos superiores a 100 mil euros do Cyprus Bank passariam ao Laiki Bank, que se transformaria em um banco "podre". EFE