Brasília, 22 mar (EFE).- O Banco Central informou nesta sexta-feira que elevou a previsão para o déficit de suas transações com o exterior em 2013 dos US$ 65 bilhões inicialmente calculados para US$ 67 bilhões.
Segundo a nova projeção, o déficit em conta corrente superará com folga o recorde de 2012, que foi de US$ 54,2 bilhões, atribuído então à queda da demanda por produtos brasileiros no exterior pela crise econômica internacional.
A diferença entre os recursos que o Brasil enviará este ano para o exterior e os que receberá de outros países equivalerá a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo as novas previsões da autoridade monetária.
O déficit em conta corrente de 2012 foi equivalente a 2,41% do PIB.
O Banco Central revisou para cima sua previsão para o déficit nas transações com o exterior perante a expectativa que o superávit da balança comercial este ano não alcance os US$ 17 bilhões previstos e fique em US$ 15 bilhões.
O BC espera um déficit de US$ 43,6 bilhões na conta de serviços (viagens internacionais, transportes, seguros, entre outros) e um saldo negativo de US$ 41,4 bilhões na conta de rendas (remessas de dividendos e pagamentos de juros).
Em contrapartida, o saldo das transferências unilaterais (doações) será positivo para o país em US$ 3 bilhões.
Segundo o Banco Central, o Brasil registrou no primeiro bimestre deste ano um déficit em conta corrente de US$ 17,9 bilhões, praticamente duas vezes o saldo negativo de US$ 8,7 bilhões obtido no mesmo período de 2012.
O déficit de janeiro, de US$ 11,3 bilhões, foi o maior desde que o indicador começou a ser medido, em 1947, e o de fevereiro, de US$ 6,625 bilhões, foi quase quatro vezes superior ao do mesmo mês de 2012.
O Brasil financiou nos últimos anos seu déficit em conta corrente com a crescente entrada de investimento estrangeiro direto, mas neste ano os recursos estrangeiros para projetos produtivos no país, segundo o BC, não serão suficientes para cobrir o saldo negativo.
De acordo com as novas previsões, o investimento estrangeiro direto para este ano chegará a US$ 65 bilhões, ou seja US$ 2 bilhões abaixo do déficit em conta corrente. EFE