Londres, 8 out (EFE).- O Banco da Inglaterra (autoridade
monetária) decidiu hoje manter, pelo sétimo mês consecutivo, a taxa
básica de juros no mínimo histórico de 0,5%, e comunicou que não
ampliará, por enquanto, os recursos de seu programa de emissão de
dinheiro para a reativação do mercado creditício.
Ao final sua reunião mensal, o Comitê de Política Monetária do
Banco da Inglaterra indicou que não ampliará, por enquanto, os
recursos do citado programa, para o qual já foram comprometidos 175
bilhões de libras (258 bilhões de euros) para a compra de títulos do
setor público e privado.
O organismo precisou que o plano levará mais um mês para
terminar, por isso adia a decisão para a próxima reunião do Comitê.
Apesar de todas as previsões indicarem que o Reino Unido pode ter
voltado ao caminho do crescimento durante o terceiro trimestre do
ano, as Câmaras de Comércio Britânicas reivindicaram nos últimos
dias ao Banco da Inglaterra que aumente o valor do programa, diante
da "persistente fraqueza" no mercado de trabalho e creditício do
país.
O banco central iniciou o plano de aquisição de ativos em março
com um valor inicial de 125 bilhões de libras (184,5 bilhões de
euros), que foi ampliado em agosto em 50 bilhões de libras.
Desde que o Comitê se reuniu pela última vez, os indicadores
macroeconômicos do Reino Unido mostraram duas vertentes.
Por um lado, a confiança dos consumidores alcançou no mês passado
seu nível máximo do último ano e meio, a Bolsa de Londres fechou em
setembro seu melhor trimestre desde 1984 e espera-se que a
publicação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro
trimestre confirme que o Reino Unido saiu da recessão.
No entanto, o número de desempregados continua aumentando e, em
agosto, ficou em 2,47 milhões, o dado mais alto em 14 anos, enquanto
a produção industrial desse mesmo mês caiu 1,9%, o que reflete a
fragilidade da recuperação.
Diante deste panorama, os juros se mantêm à espera de que a
ansiada recuperação não só chegue, mas também se consolide.
Enquanto alguns analistas sustentam que é necessário um novo
corte de juros até 0 para convencer os bancos a abrir
definitivamente o crédito, outros especialistas indicam que a taxa
se manterá em 0,5% até o final de 2010. EFE