Londres, 4 jun (EFE).- O Comitê de Política Monetária do Banco da
Inglaterra (autoridade monetária) informou hoje que, pelo terceiro
mês consecutivo, decidiu deixar inalterada a taxa básica de juros no
Reino Unido no mínimo histórico de 0,5%.
A medida não surpreendeu os analistas, que já tinham previsto uma
manutenção dos juros e estavam mais interessados em saber se o banco
central quer colocar mais dinheiro em circulação, para reativar o
mercado creditício e estimular a economia.
Sobre isso, a instituição afirmou hoje que não reforçará seu
programa de "alívio quantitativo" da economia, cujo orçamento é de
mais de 125 bilhões de libras (143 bilhões de euros).
O programa foi ativado depois que a taxa de juros neste país
ficou em 0,5% em março, após seis quedas consecutivas com as quais o
banco central tentou amortecer o impacto da crise financeira na
economia nacional.
No entanto, após comprovar que esta medida não estava conseguindo
reaquecer a economia nem impulsionar a recuperação do mercado
creditício, o Banco da Inglaterra decidiu emitir dinheiro para
injetar liquidez no mercado, fato inédito em sua história.
Essa estratégia contemplava, em um primeiro momento, a emissão de
75 bilhões de libras (86,25 bilhões de euros) para a compra de
títulos.
No entanto, o banco emitiu no mês passado mais 50 bilhões de
libras (57,5 bilhões de euros), até um total de 125 bilhões de
libras.
"A escala do programa será mantida sob revisão", afirmou hoje o
Banco da Inglaterra, que quer esperar que se confirmem alguns
estudos que refletem uma leve recuperação dos setores industrial e
imobiliário.
Segundo Ian McCafferty, assessor-chefe econômico da Confederação
da Indústria Britânica (CBI, em inglês), há sinais "estimulantes" de
que o programa de "alívio quantitativo" está "reduzindo o risco de
baixa da economia".
No entanto, ressaltou McCafferty, "as condições monetárias e de
empréstimo continuam frágeis". EFE