- Ouro segue em correção com alta do dólar e juros de títulos americanos, pressionando metais preciosos
- Traders observam suportes-chave enquanto ouro perde níveis técnicos importantes
- Dados de inflação e vendas no varejo desta semana podem definir o rumo do ouro no mercado
- Saber economizar é a primeira regra de investimento! Aproveite os preços especiais de Black Friday para usar o InvestingPro!
O ouro iniciou a semana no território negativo, estendendo a correção observada na última semana, que marcou a segunda queda consecutiva. Encerrando a semana com uma desvalorização de 1,9%, cotado a US$ 2.684, o ouro tem enfrentado desafios adicionais devido à perspectiva de estabilidade geopolítica trazida pela eleição de Trump.
Esse movimento contrasta com o desempenho do Bitcoin, que atingiu novos recordes recentemente e continua em alta. Após um ano positivo para o ouro, os sinais de sobrecompra indicaram a necessidade de uma correção técnica, permitindo que o mercado se ajustasse a um novo patamar.
Vitória de Trump fortalece o dólar e enfraquece o ouro
A vitória decisiva de Trump, acompanhada pela reação positiva nos mercados de ações e criptomoedas, resultou em maior pressão para o ouro. Embora o Federal Reserve tenha cortado os juros em 25 pontos-base, como esperado, os comentários do presidente Jerome Powell não trouxeram orientações adicionais, deixando o mercado sem direção clara.
A alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro e a força do dólar contribuíram para tornar o ouro menos atrativo. Com rendimentos em alta, ativos como ouro e prata, que não oferecem retorno por juros, enfrentam um aumento no custo de oportunidade, reduzindo sua demanda. Além disso, o fato de o ouro ser precificado em dólar eleva seu custo para compradores internacionais, diminuindo ainda mais seu apelo.
Impacto macroeconômico e calendário de dados
O mercado se concentra agora nos dados de inflação e vendas no varejo, que podem moldar o curto prazo. Apesar da calmaria no calendário de hoje devido ao feriado do Dia dos Veteranos, investidores avaliam o impacto das expectativas de maior gasto público e cortes de impostos sob a administração Trump, além do último movimento do Fed.
O Índice Dólar (DXY) fechou próximo de 105, um nível crítico do ponto de vista técnico. Se romper esse patamar, o índice poderá buscar os picos de junho (106,13), abril (106,51) e até outubro de 2023 (107,35). Um avanço do DXY tende a pressionar o ouro para baixo, dada a correlação inversa entre os dois ativos.
Análise técnica: ouro entra em território baixista no curto prazo
O ouro perdeu parte de seu ímpeto de alta após duas semanas consecutivas de quedas, mas isso não significa que a tendência de longo prazo esteja comprometida. Os indicadores de momento, como o IFR semanal e mensal, haviam atingido níveis de sobrecompra superiores a 80, o que reforçava a necessidade de um ajuste.
Apesar da recente fraqueza ter aliviado parcialmente esses níveis, os indicadores ainda permanecem em território de sobrecompra, sugerindo que mais vendas ou uma consolidação prolongada podem ser necessárias para equilibrar o mercado.
No gráfico diário, o ouro rompeu uma linha de tendência de alta estabelecida desde agosto, além de cair abaixo da média móvel exponencial de 21 dias, sinalizando uma mudança no curto prazo para uma perspectiva baixista. Os suportes anteriores em US$ 2.750 e US$ 2.708 agora se tornaram resistências importantes. Enquanto o preço permanecer abaixo de US$ 2.708, o viés predominante continuará apontando para a baixa.
Níveis de suporte a serem observados
Se a pressão vendedora persistir, os compradores podem começar a se posicionar em níveis técnicos relevantes. O primeiro ponto de atenção é a linha de tendência de alta de 2024, em torno de US$ 2.600, dependendo da velocidade do movimento do preço.
Outros níveis de suporte incluem US$ 2.643 e US$ 2.625, que podem oferecer alívio no curto prazo. Caso a linha de tendência de 2024 seja rompida de forma decisiva, uma correção mais profunda pode levar o ouro a testar novamente a faixa de US$ 2.500 a US$ 2.530.
Traders devem monitorar esses níveis críticos enquanto os dados macroeconômicos e as políticas de Trump continuam moldando o ambiente de mercado para o ouro.