Washington, 24 abr (EFE).- O Instituto de Finanças
Internacionais, que reúne os principais bancos do mundo, rejeitou
hoje a proposta do Fundo Monetário Internacional de impor dois
encargos ao setor financeiro para pagar por futuros resgates e
coibir a tomada de risco.
O diretor-gerente do Instituto, Charles Dallara, expressou a
oposição da associação em carta enviada ao G20, de onde saiu a ideia
original.
"Qualquer obrigação financeira adicional imposta ao setor
bancário não deve atrapalhar sua capacidade de proporcionar crédito
para sustentar a recuperação, particularmente em um momento no qual
incorpora novos requisitos sobre seu nível de reservas e liquidez",
disse Dallara.
O FMI propôs um imposto que, inicialmente, seria cobrado de todas
as entidades financeiras por igual e que posteriormente variaria
conforme o nível de risco assumido por cada uma.
A renda seria acumulada em um fundo para custear futuros resgates
dos bancos ou entraria na conta corrente dos cofres públicos.
O segundo imposto taxaria os salários e bonificações que as
entidades financeiras pagam, assim como seus lucros.
Dallara ressaltou que, na sua opinião, a existência de um fundo
para pagar resgates futuros tornaria mais difícil que os Governos
deixassem os bancos quebrarem, o que é necessário para manter a
disciplina do mercado.
O diretor-gerente do Instituto afirmou que no lugar dos impostos,
os Governos devem entrar em acordo sobre um sistema internacional
para desmantelar grandes entidades financeiras.
O Fundo apóia a criação de um mecanismo desse tipo, mas propôs
combiná-lo com os novos impostos.
O organismo deverá apresentar um relatório final a respeito na
cúpula presidencial do G20 em junho, depois da falta de consenso
sobre o tema no encontro ministerial do Grupo, que aconteceu nesta
sexta-feira.
Estados Unidos, França e Reino Unido são a favor da ideia,
enquanto o Brasil e o Canadá se manifestaram contra. EFE