São Paulo, 22 jul (EFE).- O Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central anunciou hoje uma redução de meio ponto na taxa
básica de juros, para 8,75% ao ano.
Segundo o Copom, a decisão foi adotada "por unanimidade", devido
ao cenário inflacionário atual.
A nova taxa Selic, ainda de acordo com o Copom, foi estabelecida
"levando em conta que a flexibilização da política monetária
implementada desde janeiro passado tem efeitos a longo prazo e
acumulativos sobre a economia".
A redução de meio ponto gerou comentários negativos entre
organizações patronais e sindicais, que criticaram o Copom por não
ter adotado um corte maior.
A patronal Confederação Nacional de Indústria (CNI) disse em
comunicado que "a queda poderia ter sido maior" e qualificou de
"prematura e equivocada" a desaceleração do ritmo das reduções dos
juros, que tinha sido de um ponto em junho.
"Apesar dos sinais positivos, a crise ainda não foi superada e as
condições da economia brasileira exigem um corte mais amplo dos
juros", diz uma nota divulgada pela CNI.
Já a segunda maior central operária do país, a Força Sindical,
qualificou o rebaixamento de "muito tímido" e de uma medida que
"frustra os trabalhadores que ansiavam por uma queda maior que
derivasse em uma melhora do ambiente econômico do segundo semestre".
"Apesar da queda, os juros continuam em níveis proibitivos para o
setor produtivo", assinala um comunicado da organização sindical,
que acrescenta que "o Governo perdeu uma ótima oportunidade" de
"fomentar o consumo e aumentar a produção".
Também houve crítica por parte da Federação de Indústrias do Rio
de Janeiro (Firjan), que qualificou o rebaixamento de meio ponto
como "insuficiente para o crescimento". EFE