BCE mantém taxa de juros em 1%

Frankfurt (Alemanha), 4 jun (EFE).- O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter a taxa básica de juros na zona do euro em 1%, um nível historicamente baixo, para fazer frente à pior recessão econômica desde a Segunda Guerra Mundial.

A instituição europeia informou, em Frankfurt, que também deixou inalterada a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos, em 1,75%.

O BCE também manteve a facilidade de depósito, que remunera depósitos overnight em bancos centrais nacionais, em 0,25%.

Os mercados já estavam esperando esta decisão e prestarão grande atenção à modalidade de compra de cédulas hipotecárias que será divulgada pelo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, em entrevista coletiva.

O Banco da Inglaterra também manteve a taxa em 0,5% e o Banco Central da Rússia baixou os juros em 0,5 ponto, para 11,5%.

O BCE reduziu a taxa de juros em 3,25 pontos percentuais desde outubro do ano passado, enquanto o Banco da Inglaterra baixou em 4,5 pontos percentuais.

Nos EUA, os juros estão atualmente entre 0 e 0,25%, e, no Japão, em 0,1%.

Muitos analistas consideram pouco provável que o BCE decida por novos cortes dos juros para a zona do euro nos próximos meses e preveem que ficará em 1% durante algum tempo.

A economia dos países do euro contraiu 2,5% no primeiro trimestre de 2009, enquanto em toda a União Europeia (UE) a queda foi de 2,4%, segundo o Eurostat, escritório de estatística do bloco.

Além disso, a inflação anualizada da zona do euro ficou em 0 em maio, devido à queda dos custos da energia e à fragilidade da atividade econômica.

É a primeira vez desde 1997, quando começou a se registrar o Índice de Preços ao Consumidor Harmonizado da zona do euro, que se mantém sem mudanças.

A inflação já está em terreno negativo em países como Espanha (-0,8% em maio), Irlanda (-0,7% em abril), Portugal (-0,7% em abril) e Luxemburgo (-0,3% em abril)

Apesar disso, até agora, o BCE descartou a possibilidade de uma deflação - queda generalizada e contínua dos preços que provoca uma contração da demanda pelas perspectivas de novas reduções de preços.

A partir das 9h30 de Brasília, Trichet, dará mais detalhes sobre as deliberações do Conselho de Governo do BCE e sobre as novas projeções econômicas da entidade, em entrevista coletiva em Frankfurt, que também será transmitida ao vivo pelo site da entidade em inglês, alemão e francês. EFE