MADRI (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) precisa deixar os juros reais caírem até que as projeções de inflação de médio prazo mostrem uma clara melhora a fim de manter suas medidas de estímulo para apoiar a recuperação econômica, disse a autoridade do BCE, Pablo Hernandez de Cos, nesta sexta-feira.
"Enquanto nossas projeções de inflação de médio prazo não mostrarem uma clara melhora, devemos acomodar aumentos nas expectativas de inflação de longo prazo baseadas no mercado para garantir que elas se traduzam em juros reais de longo prazo mais baixos", disse De Cos em um evento financeiro em Madri.
O BCE deixou sua política econômica inalterada na quinta-feira, argumentando que o estímulo abundante ainda é necessário para uma economia prejudicada, passando por mais uma onda da pandemia de coronavírus que mantém grande parte do setor de serviços fechado.
De Cos também disse que o Programa de Compras de Emergência da Pandemia (PEPP) "deve ser ajustado a fim de conter o aumento dos juros, caso esse aumento não esteja acompanhado pelo retorno da inflação de médio prazo."
Em relação a nova meta de inflação do BCE, que deve ser definida na próxima revisão de estratégia, De Cos disse que um objetivo de exatamente 2% seria "uma boa escolha".
Em relação à desaceleração econômica, a autoridade do BCE disse que pode ser "necessário" permitir que as autoridades fiscais nacionais tenham espaço para políticas fiscais que estimulem o crescimento dentro de planos viáveis de consolidação fiscal pós-pandemia.
(Por Jesús Aguado, Emma Pinedo, Balazs Koranyi)