Washington, 7 jun (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, afirmou nesta terça-feira que espera que o crescimento econômico "suba" na segunda metade do ano, quando "os efeitos do terremoto no Japão forem dissipados e os preços do combustível, reduzidos".
Bernanke reiterou que a recuperação da economia dos Estados Unidos continua "a um ritmo moderado", apesar de ser "desesperadamente lenta" do ponto de vista do emprego, e classificou as pressões inflacionárias como "transitórias".
O presidente do Fed minimizou a importância do índice de desemprego registrado em maio nos EUA, cuja taxa subiu de 9% para 9,1%.
"Embora o mercado de trabalho permaneça enfraquecido e o progresso tenha sido desigual, em conjunto vimos sinais de um avanço gradual", disse em discurso proferido na Conferência Monetária Internacional em Atlanta.
Além disso, defendeu o pacote de estímulo lançado pelo Fed em novembro, por meio do qual foram injetados US$ 600 bilhões na economia, e indicou que devido ao contexto econômico do país, as baixas taxas de juros serão mantidas por um "longo período".
Bernanke lembrou que os EUA "vêm da maior crise financeira e da mais grave explosão da bolha imobiliária desde a Grande Depressão".
"Neste contexto", destacou, "a política monetária não pode ser uma panaceia".
Com relação à inflação, o presidente do Fed sustentou que a maioria dos membros da instituição financeira veem as pressões inflacionárias, impulsionadas pelos preços dos alimentos em nível mundial e pela alta do petróleo, como "transitórias" e "esperam que permaneçam contidas a médio prazo".
Por isso, afirmou que a recente queda de alguns dos preços de matérias-primas observada nos mercados internacionais "pode ser um indício que esta moderação já está ocorrendo".
Em abril, o Fed reduziu as previsões de crescimento dos Estados Unidos em 2011 para entre 3,1% e 3,3%, abaixo do estimado em janeiro, quando anunciou que o crescimento poderia chegar a 3,9%.