Washington, 25 jun (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed,
banco central americano), Ben Bernanke, negou hoje ter pressionado o
Bank of America para que comprasse o Merrill Lynch, como denunciou o
dirigente da instituição, Kenneth Lewis.
"Não disse à gerência do Bank of America que o Federal Reserve
tomaria medidas contra o conselho diretivo ou a gerência" se
decidissem suspender a compra, disse Bernanke em um comparecimento
perante a Comissão de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara de
Representantes.
O Bank of America pensou em interromper a operação, ao notar o
volume de perdas no balanço do banco de investimento Merrill Lynch,
que alcançaram os US$ 15 bilhões no último trimestre de 2008.
No final, a compra aconteceu em janeiro com a contribuição de US$
20 bilhões em ajudas públicas, dos US$ 45 bilhões que o Bank of
America recebeu no total do Governo para fortalecer sua base de
capital.
Segundo testemunhou Lewis perante o Congresso, Henry Paulson, o
então secretário do Tesouro, e outros funcionários federais deixaram
claro que se a instituição saísse da operação, ele e os membros da
junta diretiva do banco seriam destituídos.
Essa declaração levou alguns legisladores republicanos a acusar
Bernanke de ultrapassar suas atribuições por supostamente ter
pressionado Lewis.
No testemunho, o presidente do Fed afirmou que o banco central
atuou "com a maior integridade" neste caso.
A operação durou de setembro de 2008 até finais de ano, o momento
crítico da crise financeira, quando o sistema estava à beira do
colapso. EFE