Kiev, 4 mai (EFE).- O presidente da Fifa, Joseph Blatter, crKiev, 4 mai (EFE).- O presidente da Fifa, Joseph Blatter, criticou nesta sexta-feira o boicote declarado por vários dirigentes europeus à Eurocopa na Ucrânia devido à situação pela qual atravessa a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, que foi condenada a sete anos de prisão e estaria sofrendo maus-tratos.
"Ao falar do boicote à Eurocopa, (os políticos) deveriam refletir sobre as consequências de suas decisões. Em primeiro lugar, os políticos devem ter em mente os valores esportivos. O futebol está aí para unir as pessoas, não para separá-las", afirmou Blatter, segundo agências de notícias ucranianas.
O dirigente ainda criticou o pedido de alguns políticos para que a Euro deixe a Ucrânia e seja sediada pela Polônia com outro país. "A Eurocopa deve ser realizada onde estava previsto desde o princípio", destacou.
Dessa forma, o presidente da Fifa saiu em defesa da Uefa, cujo diretor para a Eurocopa, Martin Kallen, disse que já não há mais possibilidade de volta na realização do torneio continental em território ucraniano.
Kallen informou que no próximo dia 11 a Uefa já passará a administrar os estádios que receberão os jogos da Euro e que algumas das infraestruturas já estão sob controle de pessoas ligadas à entidade.
Nos últimos dias, vários líderes europeus se juntarão ao boicote declarado pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, contra a Eurocopa na Ucrânia.
A comissária europeia de Educação, Cultura e Esporte, Androulla Vassiliou, informou que também não estará presente em nenhuma partida da competição em território ucraniano.
"Como milhões de torcedores, espero com esperança a competição da Eurocopa 2012. No entanto, dada a situação política na qual está a Ucrânia e em qualidade de comissária europeia para o Esporte, não acho apropriado comparecer a nenhuma das partidas que forem realizadas em dito país", explicou.
O motivo é a condenação de sete anos de prisão e os supostos maus-tratos sofridos na prisão por Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra e atual líder opositora ucraniana, que foi detida por abuso de poder e há duas semanas iniciou uma greve de fome.
A Ucrânia rebateu as críticas, alegando que não se deve misturar o esporte com a política, aspecto no qual recebeu apoio aberto da Uefa.
"Os países organizadores dos torneios são escolhidos exclusivamente por critérios de desenvolvimento futebolístico", esclareceu a entidade máxima do futebol europeu em comunicado. EFE