Roma, 4 ago (EFE).- A bolsa de valores de Milão fechou nesta quinta-feira em baixa e seu índice seletivo FTSE MIB retrocedeu 5,16%, aos 16.128,07 pontos, o pior retrocesso registrado pelo seletivo milanês desde maio de 2010.
Os resultados foram divulgados pelos responsáveis do mercado uma hora e meia depois do fim dos negócios, devido, conforme a primeira versão oficial, a problemas técnicos que geraram uma grande incerteza.
Por alguma falha, não foram atualizados os dados da última meia hora antes do fechamento, quando o FTSE MIB registrava queda de 3,23%, aos 16.459,39 pontos.
Milão registrou o pior pregão na Europa diante das grandes turbulências provocadas pelas incertezas dos investidores sobre a evolução da crise da dívida grega e seu possível contágio a economias de grande peso, como da Espanha e Itália.
O protagonismo da sessão foi, sobretudo, das autoridades da União Europeia (UE), que parece que, longe de apaziguar o pessimismo dos investidores, elevaram o nível de incerteza, sobretudo com a "profunda preocupação" expressada pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pelas tensões nos mercados sobre a dívida italiana e espanhola.
A isso se uniu o anúncio feito nesta quinta-feira pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, sobre a decisão de manter o controvertido programa de compra de títulos da dívida pública, bem como sobre a operação extraordinária de injeção de liquidez mediante empréstimos aos bancos comerciais.
Toda essa conjuntura, junto à abertura de baixa de Wall Street, uniu-se no caso da Itália à incerteza sobre o andamento de sua economia nacional, cujo crescimento se estagnou em 0,1% no último trimestre de 2010 e o primeiro de 2011.
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, discursou em duas ocasiões nas últimas horas com a intenção de passar maior segurança ao país e aos mercados sobre a situação da Itália, cuja dívida pública superou ligeiramente nesta quinta-feira - por alguns momentos - o recorde desde a entrada no euro marcado na quarta-feira, situando-se aos 390,2 pontos básicos.
O primeiro discurso do líder foi na quarta-feira no Parlamento, onde insistiu na solidez da economia italiana e na necessidade do país de desenvolver um pacto com medidas imediatas que levem ao crescimento econômico.
O segundo foi nesta quinta-feira, ao término de uma reunião do Governo com entidades patronais e sindicatos, após o que se informou que todas as partes esperam aprovar esse pacto para a estabilidade e o crescimento econômico antes do fim de setembro.
Os movimentos do Governo e os agentes sociais não pareceram oferecer segurança aos investidores na Bolsa de Milão, que castigaram em maior medida os títulos das grandes empresas do país, já não só os bancos, mas também a montadora Fiat e sua companhia para equipamentos industriais, Fiat Industrial. EFE