EXCLUSIVO-Trump inicia novo mandato com 47% de aprovação; indultos de 6 de janeiro são impopulares, mostra pesquisa Reuters/Ipsos

Publicado 21.01.2025, 18:13
© Reuters. Presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Brancan20/01/2025nREUTERS/Carlos Barria

Por Jason Lange e James Oliphant

WASHINGTON (Reuters) - Cerca de 47% dos norte-americanos aprovavam o governo de Donald Trump quando ele retornou à Casa Branca esta semana, um sinal de uma nação polarizada após a vitória do republicano em novembro, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos encerrada nesta terça-feira.

A pesquisa de dois dias, realizada nas horas seguintes à posse do presidente Trump na segunda-feira, mostrou que sua popularidade é maior do que durante a maior parte de seu mandato de 2017-2021.

Mas a pesquisa também mostrou que os norte-americanos já estavam azedos com algumas de suas primeiras medidas -- 58% dos entrevistados disseram que Trump não deveria perdoar todas as pessoas condenadas por crimes durante o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.

Trump essencialmente fez exatamente isso -- perdoando a maioria das quase 1.600 pessoas acusadas de participar do ataque, enquanto encerrava as sentenças de 14 líderes do ataque -- horas após o início de seu segundo mandato, enquanto a pesquisa estava sendo realizada.

Apenas 29% dos entrevistados aprovaram a forma como Trump estava lidando com a percepção de politização do sistema judiciário. Trump acusou seu antecessor, Joe Biden, de distorcer a balança da Justiça com processos destinados a impedir que Trump voltasse ao cargo, acusações que o democrata nega. Ele também disse que pode usar o sistema judiciário para buscar retribuição contra seus rivais políticos.

Os entrevistados viram com mais bons olhos a abordagem de Trump em outras questões. Cerca de 46% dos entrevistados aprovaram seu trabalho ao lidar com a imigração, uma questão que muitos norte-americanos gostariam de ver como a principal prioridade do novo governo.

A sondagem aponto que 58% concordaram com uma declaração de que os Estados Unidos deveriam "reduzir drasticamente o número de migrantes autorizados a pedir asilo na fronteira", sinalizando um apoio aparente às ações iniciais de Trump no cargo para suspender um procedimento que permite pedidos de asilo na fronteira dos EUA. Trump também declarou a imigração ilegal uma emergência nacional e tomou medidas para restringir a cidadania de crianças nascidas em solo dos EUA.

Trump venceu a eleição de 2024 ao derrotar a democrata Kamala Harris por 312 a 226 votos no Colégio Eleitoral dos EUA, embora tenha obtido apenas 49,8% do voto popular nacional contra 48,3% de Kamala.

Os resultados da pesquisa representam uma espécie de reinicialização para Trump, que começou seu primeiro mandato presidencial com 43% de aprovação -- um número que subiu para 49% no final de janeiro de 2017 -- mas terminou com 34% de aprovação de seu desempenho após o ataque ao Capitólio, uma tentativa de reverter sua derrota nas eleições de 2020.

A aprovação inicial de Trump foi baixa para os padrões históricos, disse Jacob Rubashkin, analista político da Inside Elections. Os presidentes dos EUA normalmente começam seus mandatos com índices de aprovação acima de 50%.

"Sim, é positivo para Trump, mas está mais ou menos em linha com o que vimos no primeiro mandato -- um índice de aprovação historicamente baixo no início de uma Presidência", disse Rubashkin.

Assim como Biden, que deixou o cargo na segunda-feira, a popularidade de Trump ficou abaixo de 45% durante a maior parte de seu primeiro mandato, caindo para 33% em dezembro de 2017.

Ambos os líderes não conseguiram conquistar persistentemente a aprovação de pessoas de fora de seus partidos e, na última pesquisa, 91% dos republicanos aprovavam a liderança de Trump e 84% dos democratas a rejeitavam.

Biden começou sua Presidência com 55% de aprovação, mas a taxa caiu rapidamente. Ele chegou a 35% na véspera da eleição de novembro, com a impopularidade do democrata amplamente vista como um impulso para a campanha eleitoral de Trump.

O retorno de Trump ao poder aumenta a possibilidade de abalos significativos nas relações dos Estados Unidos com seus vizinhos e com o restante do mundo, mas os resultados da pesquisa apontam para pouco apoio aos seus planos de expandir o território dos EUA ou de decretar tarifas que podem aumentar os preços.

Apenas 16% dos participantes da pesquisa concordaram com a afirmação de que os EUA deveriam pressionar a Dinamarca a vender a Groenlândia para os EUA.

Trump tem afirmado, como nesta semana, que os EUA precisam controlar a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, para garantir a segurança internacional. A Dinamarca e a Groenlândia afirmaram que a ilha gigante não está à venda.

© Reuters. Presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca
20/01/2025
REUTERS/Carlos Barria

No levantamento, 29% disseram que os EUA deveriam retomar o controle do Canal do Panamá, outro dos objetivos internacionais de Trump. Os Estados Unidos cederam o controle final da hidrovia estratégica ao Panamá em 1999, mas Trump acusou o Panamá de ceder sua operação à China -- alegações que o governo panamenho nega veementemente.

Apenas 21% dos participantes da pesquisa disseram concordar com a afirmação de que os Estados Unidos têm o direito de expandir seu território no Hemisfério Ocidental.

A pesquisa Reuters/Ipsos, que foi realizada online, entrevistou 1.077 adultos norte-americanos e teve uma margem de erro de cerca de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

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