São Paulo, 27 jul (EFE).- Empresários e representantes dos
Governos de Brasil e Argentina se reuniram hoje em São Paulo para
analisar pontos de divergência sobre as relações comerciais e a
queda de 32,9% no comércio bilateral durante o primeiro semestre.
O encontro, realizado na sede da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), antecede uma reunião que acontecerá
amanhã entre o secretário-executivo de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior brasileiro, Ivan Ramalho, e seu colega argentino,
Fernando Fraguío.
A redução do comércio bilateral no primeiro semestre do ano, em
comparação com o mesmo período de 2008, será o tema principal do
encontro, segundo a agenda divulgada pelos dois Governos.
A reunião, que será a quarta do ano até agora, verificará os
números do primeiro semestre, período em que as exportações do
Brasil à Argentina caíram 42,3% frente aos primeiros seis meses de
2008, quando chegaram a US$ 8,559 bilhões.
As exportações argentinas, por sua vez, recuaram 20,1%, após
alcançarem US$ 6,239 bilhões entre janeiro e junho do ano passado.
Analistas brasileiros consultados pela Agência Efe indicaram que
o comércio bilateral caiu não só pela queda da demanda argentina
devido à crise mundial, mas também por medidas protecionistas em
certos setores e pela falta de regulamentação para facilitar os
negócios.
Assuntos sobre proteção comercial, como calçados e
eletrodomésticos, também serão discutidos na reunião de amanhã entre
os dois maiores membros do Mercosul.
Temas agrícolas como as importações e exportações de trigo, o
regime do comércio além da fronteira, a taxa consular imposta pela
Argentina para a exportação de móveis e a regulamentação técnica
brasileira para brinquedos e pagamentos em reais, serão outros
pontos a serem discutidos no encontro.
O comércio específico de copos e taças de vidro, alimentos
lácteos infantis, artigos têxteis e confecções, telefones celulares,
pneus, ônibus e máquinas agrícolas serão foco de reuniões separadas
com representantes dessas áreas.
O Brasil se queixou este ano da prorrogação de formas não
automáticas nas importações, com prazos superiores aos recomendados
pela Organização Mundial do Comércio (OMC), situação que, segundo as
autoridades, facilitou a entrada de mais produtos chineses ao
mercado argentino.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) recomendou ao Governo
federal que leve o caso a tribunais comerciais internacionais. EFE