Promoção de Black Friday! Economize muito no InvestingProGaranta até 60% de desconto

Brasil aposta na indústria europeia para acordo entre Mercosul e UE

Publicado 15.07.2010, 16:02

Brasília, 15 jul (EFE).- A pressão da indústria europeia pode ser importante para destravar as negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e para superar as diferenças no setor agrícola, disse hoje à Agência Efe o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.

Apesar de as discussões entre UE e Mercosul para um amplo acordo comercial terem sido retomadas este mês, após uma paralisação de quase seis anos, Barral admitiu que ainda persistem dificuldades por causa das diferenças entre os dois blocos no setor agrícola.

"Não há grandes mudanças em relação a seis anos atrás e o tema ainda é a agricultura", disse Barral, em entrevista à Efe, na qual afirmou que a "diferença" hoje está no setor industrial europeu, afetado pela crise que começou na Grécia, que "vê que a possibilidade de expandir seus negócios está na América Latina".

Segundo Barral, a oportunidade para um acordo do Mercosul com a UE surgiu porque "a crise gera reações protecionistas (sobretudo na área agrícola), mas também alguma pressão de setores, como o industrial, que querem uma maior abertura de mercados".

O assunto foi tratado nesta quarta-feira em Brasília, durante a IV Cúpula Brasil-UE, na qual foi realizado em paralelo um encontro de empresários de ambas as partes.

"Os industriais (europeus) disseram que querem o acordo", mas, mesmo assim, enfrentam a resistência de setores agrícolas, que temem o impacto que pode representar a alta competitividade do Mersocul no âmbito, disse Barral.

Além disso, o secretário minimizou as exigências da UE sobre os impedimentos que a Argentina impôs a produtos do setor agrícola e afirmou que, na realidade, "não houve nenhuma medida concreta", apenas alguns problemas pontuais, que afetaram inclusive o Brasil, e que já foram solucionados.

"Foi gerada uma discussão muito grande, mas nossa impressão é de que alguns negociadores europeus usam isso como um pretexto para não avançar nas negociações", declarou Barral.

Em sua opinião, se o setor industrial europeu realmente quiser o acordo com o Mercosul, "tem que se mobilizar, porque quem faz mais barulho agora são os setores protecionistas" vinculados à agricultura da UE.

Barral ressaltou que muitos países da UE, como Espanha, Alemanha e Reino Unido, "querem o acordo", mas encontram pressões de França, Irlanda e outras nações que pretendem manter ou expandir o "protecionismo" no setor agrícola.

"A peça da resistência é a França", afirmou Barral, que se disse convencido de que se o setor agrícola francês se convencer das possibilidades que serão abertas com a negociação com o Mercosul "será tudo mais fácil".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou hoje sobre essa posição contrária da França e traçou a meta de "abrandar o coração dos franceses" durante o segundo semestre do ano, quando o Brasil ocupará a Presidência de turno do Mercosul.

"Sei do peso que têm os agricultores franceses", mas "será necessário convencê-los do que um acordo com o Mercosul pode oferecer para todos", disse Lula, na cúpula.

Lula destacou sua forte relação pessoal com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e assegurou que apelará a ela para "convencer" os produtores agrícolas franceses que se opõem à retomada das negociações entre a UE e o Mercosul. EFE

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.